Os camionistas iniciaram hoje uma paralisação nacional, alegando que o Governo “não respondeu no prazo” que a Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas (ANTP) estabeleceu no seu caderno reivindicativo, exigindo a redução em quatro cêntimos do preço do combustível.
“Findo o prazo que a ANTP deu ao Governo no caderno de reivindicações, sem que a resposta tivesse sido positiva, os transportadores associados, não associados e de outras plataformas que estão de acordo com o manifesto da ANTP decidiram iniciar uma paralisação a nível nacional a partir das 00:00 de hoje e sem data para terminar”, disse à Lusa o presidente da direção da ANTP, Márcio Lopes.
Entre os 18 pontos que constam do caderno reivindicativo estão a descida do combustível em quatro cêntimos, a fixação da reforma para os motoristas aos 60 anos, a exclusão de pagamento nas ex-SCUT (estradas sem custos para o utilizador) e os pagamentos a 30 dias, questões que “a ANTP quer ver executadas e com caráter rápido”.
"Já houve vários piquetes nas estradas, nomeadamente em Coimbra, Figueira da Foz, Condeixa, Leiria e no Carregado”, explicou o dirigente associativo, adiantando que “a adesão não está a ser muita, pois a mobilização também não foi feita em grande quantidade”.
“O que acontece é que as pessoas estão ainda muito incrédulas e muito adormecidas com aquilo que se está [atualmente] a passar”, salientou o responsável.
Segundo o representante, o setor precisa de apoio, até porque os seus objetivos servem também “a população em geral” e não apenas para as empresas.
“Passámos a primeira noite no Carregado, onde houve duas ou três situações menos boas por parte de alguns motoristas que mandavam os camiões para cima das pessoas. Esperamos que isso não volte a acontecer, porque ninguém está aqui para fazer mal a ninguém. E não queremos que se voltem a repetir situações menos próprias de anos anteriores”, disse à Lusa o dirigente.
De acordo com Márcio Lopes, trata-se de uma paralisação “para que as pessoas adiram e para que isto possa ser realmente exequível, porque se não for exequível será o fim dos transportes”.
“Será o fim de muitas situações no nosso país, porque as pessoas continuam a andar adormecidas”, concluiu o responsável.
A Lusa contactou o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, mas ainda não obteve um comentário.
A ANTP representa as pequenas e médias empresas do setor e foi formada depois do bloqueio de 2008.
O setor tem 7.500 empresas e mais de 300 mil trabalhadores, representando esta associação cerca de 400 associados, segundo o presidente da direção da ANTP.
Fonte: Lusa
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