A Polícia Judiciária está hoje a realizar buscas na Câmara de Pedrógão Grande no âmbito de um processo por suspeitas de irregularidades na atribuição de fundos para a reconstrução de casas destruídas pelo incêndio de 2017, disse fonte da PJ.
As buscas dos inspetores da PJ realizam-se também na Casa da Cultura, onde esteve sediado o gabinete que analisava os processos sobre a reconstrução das casas.
A notícia foi avançada pela TVI24.
A fonte da PJ esclareceu à agência Lusa que são diligências de investigação no "âmbito do processo de atribuição de fundos para a reconstrução de casas".
"Estamos empenhadíssimos em investigar num prazo curto", sintetizou a fonte.
Em causa neste processo estão denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações.
As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimento de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, negou a existência destas situações, mas, ainda assim, enviou para ao Ministério Público 21 processos para análise.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, também negou estas acusações, mas enviou igualmente para análise um conjunto de processos.
O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
Em junho, no inquérito relacionado com a responsabilidade do incêndio, eram 10 os arguidos, todos pessoas singulares, de acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra.
Lusa
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