Enquanto dormia...
... as defesas dos principais acusados da Operação Marquês ultimaram os trunfos com que querem anular o mais importante processo da Justiça portuguesa. O Luís Rosa foi ver como de Sócrates a Vara, a Granadeiro e Zeinal Bava, estão montadas as oito grandes estratégias para a acusação do Ministério Público ser declarada nula. A fase de instrução começa esta tarde com a audição de Bárbara Vara, filha de Armando Vara.
O juiz Ivo Rosa já recusou uma pretensão do Ministério Público: a aplicação de uma caução de meio milhão de euros a Armando Vara. Segundo o Público, o MP teme que o ex-governante socialista dissipe os seus bens, mas o juiz de instrução criminal da Operação Marquês, Ivo Rosa não concorda e até aboliu um caução anterior de 300 mil euros.
A segurança vai ser um dos tema das jornadas parlamentares do CDS que começam hoje. Por isso, em entrevista à Rita Dinis, Nuno Magalhães fala do caso Jamaica para dizer que uma "polícia desmotivada é mais suscetível de cometer abusos". O líder parlamentar centrista também não vê problemas de violência racista, defende o controlo de fronteiras e quer ocupar o espaço do anti-politicamente correto - diz que é assim que se combatem os populistas.
O caso de violência no Bairro Jamaica continua aliás a gerar reacções sem qualquer bom senso (para dizer o mínimo). Depois de António Costa ter chegado ao ponto de usar o argumento da cor da pele, agora foi um deputado do PSD que decidiu atacar o assessor do Bloco por ter pedido protecção policial: “Ó Mamadou e se fosses ba(rdamerda)!”, escreveu no Facebook. Na justificação, foi pior a emenda que o soneto: João Moura disse que era uma brincadeira e retirou o post "pessoal" .
Marques Mendes também falou do caso Jamaica. E considerou que (não sabemos se tendo ou não visto o post do deputado do PSD) “houve dois incendiários: uma deputada e um assessor parlamentar do Bloco de Esquerda”. O outro tema principal abordado pelo comentador foi a auditoria à Caixa Geral de Depósitos, em que defendeu uma nova Comissão de Inquérito, porque "os crimes já escreveram".
Outra informação relevante
O Papa confirmou no Panamá aquilo que muitos já antecipavam: as próximas Jornadas da Juventude, em 2022, vão ser em Lisboa. Francisco vai assim voltar a Portugal, num acontecimento que pode reunir entre 1 a 1,5 milhões de pessoas. Além da Igreja Católica portuguesa, Marcelo festejou euforicamente na cidade do Panamá (onde na véspera tinha assumido pela primeira vez "grande vontade" de se recandidatar) e António Costa e o Governo também mostraram o seu contentamento. Mas não foram os únicos: como o evento acontecerá no Parque do Tejo e do Trancão, Fernando Medina e Bernardino Soares já fazem planos.
Os reformados já podem somar o valor da pensão com o de trabalhos esporádicos. Um novo diploma permite que os trabalhadores com mais de 70 anos, autorizados a continuar a trabalhar para o Estado, possam receber o mesmo valor da reforma e por outros estudos e pareceres, escreve o Jornal de Negócios.
Três meses depois de sair do Governo, o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, veio lamentar não ter podido fazer mais investimentos. Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o ex-governante lamentou não ter tido mais dinheiro para o setor, mas garantiu que continua a ser Centeno.
Na Venezuela, Nicolás Maduro rejeitou realizar eleições como pedia a União Europeia, considerando-as "um ultimato". Juan Guaidó respondeu com a convocação de uma manifestação nacional e internacional para os venezuelanos se manifestarem. E o assunto dividiu a última reunião da ONU.
Em Málaga, o bairro de El Palo despediu-se de Julen. O funeral da criança de dois anos que foi retirada sem vida do poço onde caíra há 13 dias teve centenas de pessoas e muitas homenagens. A autópsia revelou que o bebé terá morrido no próprio dia da queda. Há um ponto ainda a levantar dúvidas: o tampão de terra que o cobria.
Ainda em Espanha, a polícia retirou mais de 2 mil taxistas em protesto da principal avenida de Madrid, o Paseo de la Castellana. Em protesto desde dia 21 contra as plataformas como a Uber e a Cabify, há 7 profissionais em greve de fome e uma mobilização em todo o país.
Na política espanhola, é a crise no Podemos que marca as notícias. Só em Janeiro já houve traições, demissões e uma condenação em tribunal.
No Brasil, as vítimas mortais da ruptura da barragem do Brumadinho subiu para 58 depois de ter sido encontrado mais um autocarro soterrado pela lama. Mas ainda há 305 desaparecidos numa paisagem que mudou de um momento para o outro. Ontem as sirenes voltaram a tocar devido a riscos noutra barragem, mas tratou-se de falso alarme.
Três anos depois do colapso da barragem de Mariana, o maior desastre ambiental no Brasil, ninguém consegue explicar porque voltou a repetir-se uma situação tão parecida. Nem o que aconteceu para tudo falhar outra vez.
Uma obra de Banksy foi roubada do Bataclan. A pintura que homenageava as vítimas dos atentados de Novembro de 2015 na sala de espetáculos de Paris foi levada por encapuzados num camião estacionado nas traseiras do edifício.
Uma unidade paramilitar sul-africana foi criada durante o "apartheid" para infetar com Sida a população negra do país e de Moçambique. O grupo terá actuado a mando de Keith Maxwell, o excêntrico líder do sombrio Instituto Sul-Africano de Investigação Marítima, que defendia um país de maioria branca, segundo um documentário revelado pelo Independent.
No futebol, destaque para os dois portugueses da Juventus que deixaram a equipa de Turim na frente da liga italiana já com mais 11 pontos que o Nápoles. João Cancelo entrou, marcou e sofreu o penálti para Ronaldo dar a vitória à Juve frente à Lazio.
A transferência de Emiliano Sala do Nantes para o Cardiff estava formalizada. Agora que o jogador desapareceu num acidente de avião, discute-se quem vai pagar por ela, diz o DN.
Os nossos Especiais
Ana Cláudia Arantes é médica especializada em cuidados paliativos e esteve em Portugal para apresentar um livro sobre a morte. Em entrevista à Ana Cristina Marques deixou bem claro que "a morte não é um fracasso, mas o abandono é".
Ontem, é preciso sempre recordá-lo, foi Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A Cátia Bruno leu o livro de Jeremy Dronfield que será publicado amanhã em Portugal, e conta a incrível história de sobrevivência dos Kleinmann — e do filho que seguiu o pai para Auschwitz.
Portugal quis ver a rota de Fernão de Magalhães reconhecida pela UNESCO, mas Espanha reclamou com fervor patriótico. Mas afinal que expedição foi esta? O que fizeram os dois países? E o que queria mesmo o navegador ressabiado? O José Carlos Fernandes explica.
A nossa opinião
- Alexandre Homem Cristo escreve "Altamente populista": "Depois de lançar o debate sobre o fim das propinas, o ministro diz agora que a medida seria altamente populista. Este episódio poderia dar anedota, mas é antes um retrato do desgoverno nacional".
- Luís Rosa escreve "João Miguel Tavares e os snobes do 10 de junho": "Escolhido por ser natural do local das comemorações, JMT foi criticada por falta de "densidade"- uma acusação delirante vinda de quem andou a lamber as botas do provinciano José Sócrates durante anos".
- João Carlos Espada escreve "SNS: O equívoco do monopólio estatal": "Como Mário Soares muito bem compreendeu, os monopólios estatais não criam acesso universal aos consumidores. Pelo contrário, criam despotismo universal dos fornecedores".
- Helena Matos escreve "Como se degrada um país": "Junte-se um PM disposto politicamente a tudo a um PR frívolo. Acrescente-se a subordinação à agenda ditada por radicais institucionais na AR e subversivos nas ruas. No final temos um país degradado".
- João Marques de Almeida escreve "E um pedido de desculpas Dr. António Costa?": "Foi um momento vulgar e ordinário, muito difícil de aceitar num PM. António Costa deveria ter pedido desculpa a Assunção Cristas, aos deputados e aos portugueses. Foi indigno do cargo que ocupa".
- Gabriel Mithá Ribeiro escreve "Costa ‘caneco’": "António Costa faz parte da pertença racial que os moçambicanos bem conhecem e que designam de forma depreciativa por ‘caneco’. Entre os oriundos do Índico 'monhé' sou eu por ter ascendentes islâmicos".
- José Milhazes escreve "As datas que devem pôr a Humanidade de guarda": "27 de Janeiro é o dia das vítimas do Holocausto e também o do fim do Bloqueio de Leninegrado, duas matanças que deveriam ter servido de vacina para sempre, mas cujo prazo de validade está a terminar".
- Alberto Gonçalves escreve "As reacções portuguesas à reacção dos venezuelanos, de A a J": "Como todos os estadistas minúsculos, o dr. Costa é um enigma. Nunca conseguimos apurar se é mais deficitário na língua ou no carácter".
Notícias surpreendentes
Depois dos livros, os discos. Sim, o jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho vai lançar-se na música. Em entrevista ao André Almeida Santos ele fale sobre tudo o que faz: o disco que está a gravar, os livros, a televisão e o jornalismo. Deixando uma crítica: “A televisão tem sido o bombo da festa de tudo o que é mau”.
Marie Kondo é a mestre japonesa da arte da arrumação. Depois do sucesso dos seus vídeos no Youtube, agora tem uma nova série documental na Netflix. A Susana Romana, que guarda tudo só porque sim, tentou seguir os seus conselhos e pôr a vida no lugar. Não conseguiu e explica porque parou na gaveta dos tupperwares.
Oprah Winfrey faz 65 anos esta terça-feira e já se começou a festejar. Mas nem tudo têm sido sucessos para a mulher que até se pode candidatar à presidência dos EUA: eis a força e os fracassos da rainha da TV.
Na ficção têm um filme candidato aos Óscares e ambos podem receber a estatueta dourada. Na vida real, ele resolveu fazer-lhe uma surpresa: Bradley Cooper apareceu num concerto de Lady Gaga e cantaram juntos em palco.
Por falar em Óscares, com a cerimónia cada vez mais perto sucedem-se as antecipações sempre premonitórias. Nos prémios do Sindicato dos Actores, as maiores distinções foram “Pantera Negra”, Glenn Close e Rami Malek.
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Boa segunda-feira e boa semana
(e depois do sol do fim-de-semana, prepare-se: a depressão Gabriel vai trazer amanhã chuva, frio, vento forte e até neve a todo o país)
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