A tensão, as chamas e o cheiro a queimado aumentaram, pelas 16:15 locais (15:15 em Lisboa), na margem sul do rio Sena, em Paris, onde se mantém o 'braço-de-ferro' entre manifestantes, com e sem "coletes amarelos", e a polícia local.
Os agentes dispersaram as centenas de manifestantes da zona junto ao museu de Orsay, mas os “coletes amarelos”, que têm exigido mudanças de políticas, deslocaram-se para a restante margem esquerda do rio Sena, como a Lusa tem acompanhado no local.
Ao longo da avenida Saint Germain, as chamas são visíveis, à medida que os manifestantes vão ateando fogo a caixotes do lixo e a veículos.
Apesar de estarem no local, os bombeiros não conseguem desempenhar as suas funções, porque os manifestantes enchem a artéria.
Conforme se testemunha no local, a maioria dos manifestantes é jovem, está encapuzada e há muito que se deixou de generalizar que todos pertencem ao mesmo movimento de contestação. É que uns nem fazem questão de usar o colete amarelo e parecem estar no local para incentivar e participar em escaramuças.
Apesar de o trânsito continuar a circular e as portas dos restaurantes e cafés permanecerem abertas, o ambiente vivido assemelha-se a uma “batalha campal”, com os arremessos de gás lacrimogéneo, granadas de fumo e ‘very lights’ (foguetes incendiários). Da parte da polícia, a resposta passou a ser dada por canhões de água.
Quem por ali passa, moradores ou turistas, tende a entrar, para se proteger, nos espaços comerciais, a quem foi pedido esse papel pelas autoridades parisienses.
O Governo francês acusou na sexta-feira o movimento dos “coletes amarelos” de estar a ser instrumentalizado por grupos de agitadores que pretendem derrubar o executivo.
“Para os que ainda estão mobilizados (o movimento dos “coletes amarelos”), tornou-se um instrumento nas mãos de agitadores que querem a insurreição e, no fundo, derrubar o Governo”, afirmou Benjamin Griveaux, porta-voz do executivo francês.
À saída de uma reunião de Conselho de Ministros, Griveaux reiterou a ideia de que o Governo está “pronto para discutir com pessoas sérias, que não instrumentalizam politicamente as dificuldades dos cidadãos”.
O porta-voz do Governo francês assegurou que o Presidente da República, Emmanuel Macron, bem como todo o executivo governamental, está empenhado em aplicar as reformas prometidas e em levar o projeto político “até ao fim”.
Lusa
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