No âmbito das Jornadas Europeias do Património, o Padrão dos Descobrimentos tapou a Rosa dos Ventos de negro para alertar skaters, ciclistas e utilizadores de veículos de duas rodas para os danos que provocam naquele monumento.
Tem 50 metros de diâmetros e ocupa dois e mil e quinhentos metros quadrados. É um dos monumentos mais fotografados no chão e do ar. Foi desenhada pelo arquiteto Cristino da Silva e oferecida pela Africa do Sul a Portugal. Inaugurada em 1960, a Rosa-dos-Ventos onde estão desenhadas em calcário liós, negro e vermelho as rotas da expansão portuguesa está em risco.
No âmbito das Jornadas Europeias do Património, que decorrem até domingo e para chamar a atenção para as ameaças a esta peça de cantaria, o Padrão dos Descobrimentos resolver cobrir com uma tela negra este monumento.
Margarida Kol de Carvalho, diretora do Padrão, considera a Rosa-dos-Ventos “um trabalho único e original” e explica que “foi na sua origem pensado para ser uma zona pedonal muito ampla e sem obstáculos onde pode ser vista e apreciada a pé”. Acontece que hoje a explosão turística e dos alugueres de veículos de duas rodas está a colocar isso em causa.
“A mais recente disponibilização de bicicletas, trotinetas e também de skates, a passagem constante destes veículos acaba por fragilizar e contribui para a sua degradação” da Rosa-dos-Ventos relata à Renascença a responsável do Padrão que acrescenta que querem com esta ação “chamar a atenção” e “zelar” por este bem que têm ao seu cuidado e responsabilização

“É um luto, uma chamada de atenção para aquilo que poderá inevitavelmente acontecer se todos nós não tomarmos cuidado, não a defendermos e não tivermos essa consciência de todas as medidas para a sua salvaguarda” explica Margarida Kol de Carvalho.
Além de cobrirem a Rosa-dos-Ventos, o Padrão dos descobrimentos colocou ao lado uma tela em inglês e português a alertar para a riqueza deste património inaugurado a 5 de Agosto de 1960 e que em 1994 foi restaurada no âmbito da Lisboa Capital europeia da Cultura.
Em declarações à Renascença, a diretora do padrão dos Descobrimento acrescenta que têm tido a colaboração da polícia municipal para alertar os turistas para evitarem passar com veículos de duas rodas sobre a Rosa-dos-Ventos. É um dos esforços no sentido de preservar este bem e ao mesmo tempo evitar que a sua área seja vedada, já que lembra esta responsável este foi um espaço pensado para ser usufruído a pé.
Maria João Costa / RR
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