Vinte cidadãos em quarentena estão bem, conforto será melhorado. |
As 20 pessoas que chegaram no domingo da zona da China onde teve origem o novo coronavírus cumpriram o primeiro dia de quarentena tranquilamente e estão a ser tomadas medidas adicionais de conforto, disse ontem, dia 3 de fevereiro, a Ministra da Saúde.
Marta Temido fez o balanço em conferência de imprensa, um dia depois de 20 cidadãos (18 portugueses e dois brasileiros) terem chegado a Portugal, vindos de Wuhan, capital da província de Hubei, centro da China, epicentro de um surto do novo vírus (2019-nCoV) que já provocou a morte de mais de três centenas de pessoas.
A Ministra fez um relato do que se passou desde que os 20 chegaram a Portugal, tendo quatro deles ficado instalados no Parque da Saúde e os restantes no Hospital Pulido Valente, integrado no Centro Hospitalr Universitário Lisboa Norte. O grupo esteve a descansar de manhã e durante a tarde foi visitado por profissionais de saúde, não havendo «elementos clínicos do estado de saúde a assinalar».
«Estamos a garantir que os aspetos de conforto sejam melhorados», já que não se trata de «instalações hoteleiras», e há questões que estão a ser revistas, disse Marta Temido.
Além da Ministra da Saúde participaram na conferência de imprensa o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e o Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Fernando Almeida.
Em quarentena (14 dias) por opção
Graça Freitas reafirmou que até agora nenhum dos cidadãos está com sintomas de qualquer doença e que «o ambiente é de modo geral tranquilo».
Questionada pelos jornalistas a responsável disse que foram tomadas todas as medidas de precaução (para a tripulação) na viagem de avião de regresso dos passageiros a Portugal (e de outros cidadãos europeus no mesmo avião), disse que no grupo que está em quarentena pode haver contactos desde que sejam usadas máscaras (exceto nos que estiveram sempre juntos no último mês), e explicou que ainda não foi decidido quando será feita nova análise para despistar a existência de vírus.
As 20 pessoas estão em quarentena (14 dias) por opção, já que legalmente não são obrigadas, mas a ministra da Saúde disse, questionada sobre o caso de no futuro alguém se recusar à quarentena, que há meios legais para a impor.
Se houver necessidade «a lei permite proceder à separação de pessoas que não estando doentes podem constituir um risco», disse Marta Temido, acrescentando: «há mecanismos que utilizaremos se assim for necessário».
Graça Freitas explicou também que no caso de alguém do grupo de quarentena ter a doença pode acontecer que os restantes, se estiveram em contacto com essa pessoa, tenham de recomeçar a quarentena.
A Diretora-Geral da Saúde admitiu também que os meios previstos para fazer face ao vírus podem aumentar, quer a nível de laboratórios quer de hospitais, o que foi corroborado pelo presidente do Instituto Nacional de Saúde, Fernando Almeida, dizendo que há no país, incluindo ilhas, uma rede de 20 laboratórios que trabalham com o Instituto e que podem fazer as análises.
Ainda nas respostas a perguntas dos jornalistas, nomeadamente sobre a proteção de profissionais que lidem com eventuais casos, a Ministra disse que está a ser feita uma avaliação detalhada sobre a assistência aos dois casos em Portugal suspeitos (que se revelaram negativos depois), disse que vai haver um investimento «em mais melhorias» e garantiu que estão disponibilizadas batas, luvas e máscaras para todos os que necessitem.
Fonte: Lusa
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