O clube gaiense vai ser comprado e passar a ser liderado por uma SAD, maioritariamente detida pelo luso-americano Caesar DePaço, empresário com ligações ao Chega. Fernando Madureira fará parte da direção do Canelas.O namoro não é de agora. Desde dezembro de 2019, altura em que o milionário luso-americano Caesar DePaço conheceu Fernando Madureira, líder dos Super Dragões e capitão do Canelas 2010, que a relação entre o empresário, dono da multinacional americana Summit Nutritionals, empresa de matérias-primas da indústria farmacêutica e alimentar, o 'Macaco' e o Canelas 2010 começou a florescer.
A amizade deu-se pelo intermédio de José Lourenço, vice-presidente da Distrital do Chega no Porto e conselheiro de DePaço, até esta semana cônsul honorário de Portugal em Palm Cost, em Miami, posição da qual foi exonerado, a seu próprio pedido, conta o Expresso [artigo exclusivo para assinantes].
"Ficou entusiasmado com a mística do FC Porto e a entrega dos jogadores do Canelas. Foi o que o levou a investir na equipa que, com um plantel profissional, terá capacidade de jogar nas provas da Liga", diz Fernando Madureira ao semanário.
O Canelas 2020, recorde-se, é uma equipa do Campeonato de Portugal que esta temporada fez história ao alcançar os quartos-de-final, onde tombou aos pés do Académico de Viseu.
Depois de conseguir acordos de patrocínio com a equipa de boxe do FC Porto, clube de que é adepto, e com o emblema gaiense, com a Summit Nutritionals a ser exibida nas camisolas do emblema da série B do Campeonato Nacional, o empresário assumiu, no final de abril, a ambição de profissionalizar o clube.
Agora, já se conhecem os pormenores e a oficialização pode estar por dias.
Segundo o Expresso, que cita o líder dos Super Dragões, salientando que as negociações não estão completamente fechadas, o clube vai levar a constituição da SAD à próxima Assembleia-Geral de sócios do Canelas, em junho, em que será apresentado um conselho de administração liderado por Caesar DePaço que será sócio maioritário. Fernando Madureira ficará com 39% e o clube com os restantes 10%, o mínimo exigido nos estatutos.
Onde a política e o futebol (não) se encontram
“Conheço-o não do partido mas por ser um grande portista, como o senhor cônsul”, diz o capitão do emblema gaiense, salientando ao Expresso que "o meu único partido é o Porto, mas as pessoas são livres de pertencerem aos partidos que quiserem".
A ligação de DePaço a André Ventura, deputado do Chega, saltou para a esfera pública em fevereiro quando o empresário apareceu no polémico jantar do partido no Hard Club, no Porto, onde foi denunciada uma saudação nazi por um membro do partido, e onde chegou debaixo de grande aparato, acompanhado por José Lourenço e pugilistas do Porto.
Segundo o jornal O Jogo, Caesar DePaço assume-se como apartidário. No entanto, o luso-americano, natural da Madalena do Pico, no arquipélago dos Açores, na mesma notícia, é apontado como tendo sido uma espécie de intermediário numa tentativa de internacionalização do Chega.
Madremedia
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