Substituição de válvula no coração sem recurso a cirurgia.
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, pela primeira vez, a substituição de uma prótese valvular percutânea no coração de uma doente que não podia ser novamente sujeita a cirurgia, por método não invasivo, devido ao elevado risco operatório.
O procedimento consistiu na colocação de uma prótese valvular biológica por via minimamente invasiva não cirúrgica, com vista ao tratamento da regurgitação valvular tricúspide grave e sintomática.
A intervenção foi realizada com sucesso pela equipa de cardiologia de intervenção do Serviço de Cardiologia do CHUC, constituída por Marco Costa, Luis Paiva e Manuel Santos, com o apoio do Serviço de Cirurgia Cardíaca.
Este procedimento vai permitir a esta doente a melhoria das queixas de insuficiência cardíaca, o aumento da sua qualidade de vida e a redução do risco de reinternamento hospitalar.
“A regurgitação desta válvula cardíaca provoca o refluxo de sangue do ventrículo direito para a aurícula direita, tendo impacto na qualidade de vida destes doentes. Estes doentes referem dificuldade progressiva para realizar esforços físicos, edemas generalizados no corpo e predispõem a internamentos hospitalares frequentes por descompensação cardíaca”, explicou Lino Gonçalves, diretor do Serviço de Cardiologia.
De acordo com Lino Gonçalves, esta “opção terapêutica menos invasiva possibilita o tratamento de mais doentes com esta patologia, sobretudo naqueles mais idosos, frágeis e com elevado risco cirúrgico e que frequentemente não tinham acesso a qualquer tratamento valvular para ajudar à sua estabilização clínica. Abre-se, assim, uma porta para o futuro que vai permitir a outros doentes poder beneficiar deste tipo de intervenção”.
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