Lotação
esgotada na sala de cinema ao ar livre improvisada junto do edifício
dos Paços do Concelho, para assistir à estreia em formato
cine-concerto do filme do realizador cantanhedense Vasco Espinhal
Otero, intitulado “Epopeia Gandareza”.
Produzido
por Cabra Cor de Rosa / Cineclub Bairrada, o filme, iniciado em 2016
e concluído em 2022, comporta elementos de vários géneros
cinematográficos e foi já premiado em países como Índia,
Argentina, Estados Unidos, África do Sul e Malásia.
A
edição esteve a cargo de Paulo Fajardo, Samuel Filipe e Vanessa
Rodrigues, com filmagens
de drone de João Amorim
e a banda sonora pelo projeto “Cabra Cor de Rosa” composto
pelos músicos Sylvain Barreto, João Toscano, Vasco Faim,
Gabriel
Salvador, Vasco Carvalho,
Francisco Saldanha, Carolina
Pessoa, Paulo Viegas,
José
Miguel Pires, Carlos Pilu, Vasco Espinhal Otero, entre outros, com a
produção musical a cargo de Sylvain Barreto.
Nesta
estreia em formato cine-concerto, a projeção da obra foi acompanha
pela atuação ao vivo da banda sonora. A metodologia deste
autointitulado filme manifesto-experimental inspirou-se nos poemas
sinfónicos do séc. XIX e na literatura de Carlos de Oliveira,
procurando provocar sensações, tocando a dimensão sensorial de
cada um.
Foi
precisamente este desafio ao espetador que agradou à presidente da
Câmara Municipal, Helena Teodósio, que esteve entre os inúmeros
espetadores presentes na sessão.
A
autarca congratulou-se com a qualidade da obra, “pela
criatividade, emoção e qualidade, mas sobretudo pela inquietação
que nos provocou”.
“Quero
felicitar todos os que estiveram envolvidos neste grande trabalho,
mas permitam-me uma palavra especial ao [realizador] Vasco Otero. Que
este seja o primeiro de muitos trabalhos de qualidade”,
sublinhou, deixando um repto a terminar: “continuem
a desafiar-nos com a vossa qualidade e o vosso talento”.
Já
o realizador Vasco Espinhal Otero mostrou-se muito satisfeito pelo
facto de a digressão de “Epopeia Gandareza” ter iniciado em
Cantanhede, prosseguindo na região Centro e só depois expandindo ao
resto do país e além-fronteiras.
Sobre
o filme, o cineasta referiu que “todo
o processo criativo foi delineado para proporcionar essa experiência
sensorial e intuitiva, uma viagem guiada ao longo dos vários
capítulos, embalada pela música original criada para o efeito”.
“É
importante referir que este projeto não
é um evento isolado, surgiu no contexto do movimento
artístico e cultural denominado Coletivo Efervescente que se iniciou
há quase uma década atrás, formado por pessoas ligadas a várias
artes e ofícios nascidos e/ou residentes no concelho de Cantanhede,
que queriam cruzar conhecimentos e criar produtos artísticos
originais aqui e com recursos de cá. A visão foi e continua a ser
poder gerar e depois exportar a arte gerada no nosso concelho, de
forma genuína, arrojada e diferenciadora”,
concluiu.
Em “Epopeia
Gandareza”, o espetador é convidado a adotar a visão de um
narrador divino ou extraterrestre, vindo dos confins do Cosmos e do
início microscópico da vida, que chega ao nosso planeta, chegando
mesmo à região da Gândara, em Portugal.
No entanto,
esta é somente uma referência, um ponto de passagem, com uma
cultura própria, entre muitas desta aldeia global. As presentes
ameaças ao meio ambiente são abordadas com foco nas soluções de
futuro: diversidade cultural, partilha emocional e arte científica.
Paulo Cardantas
*Créditos das fotografias atribuídos a Fátima Lopes / Associação Fotografarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário