1 - Perfil do Poeta:
a) Nome: Vita Guapo
b) Profissão: Artes Plásticas
c) Residente (localidade) Oeiras
2 - JM. - Como se define em termos de ser humano?
V.G.  -  Desculpe-me mas não sei definir-me a mim própria. Sou uma pessoa simples, sensível… Mulher… Mãe… Avó., e do mesmo modo que a poesia, amo pintar.
3 – JM. – Os autores que mais o marcaram, foram autores poéticos ou outros? Mencione dois ou três.
V.G.  – Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Antero de Quental.
4 – JM. – De alguma forma estes autores que referiu, o levaram à escrita da poesia? Refira qual o Autor.
V.G.  -  É curiosa a pergunta porque não fui influenciada por qualquer um deles. Fui influenciada e incentivada por uma amiga Poetisa que prezo muito.
5 – JM.  – A aceitação do que escreve poeticamente é analisada por si em que “meios”? (Facebook, antologias, livros publicados, saraus poéticos e/ou outros)
V,G.  – No Facebook através dos Liks e dos comentários apensos, e na Rádio Além Fronteiras, através do Locutor António Silva no Programa “Seu Espaço”, onde são declamados alguns dos meus trabalhos.
6 – JM. – Defina a razão das apreensões e dificuldades que os autores têm na edição dos seus próprios livros.
V,G.   - A meu ver, acho que a principal dificuldade que existe, é financeira, porque são os próprios autores que têm que suportar as despesas, ou parte delas, com a impressão dos seus trabalhos.
7 – JM. – O que encontra de verdade no que escreve para considerar que é um Autor a ser consagrado?
V.G.  – Foi coisa que nunca pensei vir a ser um Autor consagrado, além de que, no meu entender, são os leitores que consagram os Escritores.
8 – JM. – Mencione e transcreva o poema da sua autoria com que mais se identifica com o seu sentido de Autor de poesia.
Desabafos na Saudade
Um dia, talvez…
Quem sabe!
Voltaremos a ver-nos.
Chegou a hora de voares,
Lá para longe, algures atrás do sol,
Num outro canto do mundo
Onde as horas não são iguais,
Onde o meu dia, não é o teu,
E a tua noite, não é a minha.
O ano começou com menos cor,
Bateu-me no peito a nostalgia
Da tristeza, e da Saudade,
Do vazio.
Dos cinco dias aos teus doze aninhos
Estiveste sempre presente.
Agora, a tua ausência fere-me
No mais íntimo do meu Ser.
A minha alma chora.
Quero esta dor vencer,
A mesma, que um dia
O teu progenitor me deixou.
Mas fica-me a alegria da certeza
De um futuro melhor
Que irás construir
No belo Pais que agora te acolheu.
E tudo o que te transmiti,
Te oriente pela vida fora
Para que venhas a tornar-te
Um homem de bem.
9 – JM. – Mencione duas ou três razões por que há medo de ler poesia e o facto de os saraus poéticos terem pouca gente.
Medo de ler poesia penso que não há. Quanto aos saraus poéticos, e às tertúlias, penso que, os poucos eventos que há, não têm a divulgação necessária.
9.1 – JM - Incentivaria uma escola para declamadores?
V.G.  – Uma escola para declamadores? Claro que sim! Seria muito bom, porque nem todas as pessoas sabem ler poesia, incluindo alguns poetas. É preciso saber dizer poesia, e emprestar-lhe a musicalidade, e a melodia que o poeta quer transmitir.
10 – JM. – Que falta de apoios existe para a divulgação da poesia?
V.G.  – Todos. Considero que não há apoios à divulgação de poesia, salvo um ou outro caso em algum canal televisivo.
11 – JM. Verifica-se que hoje em dia existem uma grande quantidade de editoras. Na sua opinião acha que neste caso o poeta tem mais opção de escolha para a sua divulgação ser um sucesso, ou muitas delas faz dos escritores lucros e números?
V.G.  – Na minha humilde visão, todas elas só vêem lucros e números, senão, não havia tanta dificuldade para alguns poetas publicarem os seus livros, sobretudo os que têm qualidade.
12 – JM. Se já editou algum livro refira-nos quais e onde os podemos adquirir?
V.G.  – Não, não tenho nenhum livro publicado individualmente. Tenho sim algumas Colectâneas em que tenho participado, são edições de Autores, e por isso não estão à venda, atendendo a que são impressas em pequeno número, não havendo lugar a distribuição. Estas Colectâneas são impressas na medida dos participantes.
Coletâneas de poesias em que participei:
- A Lagoa e a Poesia, Edição de Autores, Julho de 2015;
- Um Grito contra a Pobreza, Poetas D’hoje, Edição do Grupo Poesia da Beira Ria/Aveiro, Outubro 2015;
- Conta-me uma História, Edição de Autores, 2016;
- Intercambio dos Escritores de Língua Portuguesa, a publicar em 2016
13 – JM. Hoje em dia a divulgação online está muito avançada, possui alguma página ou site onde podemos ver algum do seu trabalho literário?
V.G.  – Entre outras informações, os meus trabalhos encontram-se publicados na minha página do Facebook – Vita Guapo.
EM BAIXO ESCREVA O QUE ENTENDER SOBRE SI E A ARTE POÉTICA
Aqui, quero apenas referir o poema que deu origem à minha iniciação na escrita.
Falta-me tempo
Há já algum tempo
Que eu não tenho tempo
Para pensar no tempo.
Entretanto vai passando o tempo.

E eu deixo-o passar sem tempo,
Mas nunca penso no tempo que o tempo tem
Se é que o tempo, para mim, tem tempo!
Mas sei que o tempo tem tempo para amar.

E o amor moldado pelo tempo
É um amor intemporal.
E se um dia já velhinha
Para amar, não tiver tempo,

Então que me leve o tempo
Para o tempo que eu não tiver, acabar