terça-feira, 26 de abril de 2016

ASSOCIAÇÃO PEDE INVESTIGAÇÃO EM MACAU DO CASO DE CORRUPÇÃO NA ONU

Macau, China, 26 abr (Lusa) -- A Novo Macau, a maior associação pró-democracia do território, entregou hoje uma petição ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) pedindo que investigue o caso de Ng Lap Seng, o empresário local acusado de corromper um funcionário da ONU.

O caso está sob investigação nos Estados Unidos, mas a associação considera que cai também sob a jurisdição de Macau, de acordo com a informação divulgada nos documentos das autoridades norte-americanas.

A queixa-crime, tornada pública pelo tribunal, revela que Ng tentou obter aprovação de dirigentes norte-americanos, através de subornos, para que a sua empresa, San Kin Ip Group, construísse um centro de exposições da ONU em Macau.

O então presidente da Assembleia-Geral da ONU, John Ashe, após ter alegadamente recebido fundos de Ng, modificou um documento oficial, indicando que a San Kin Ip seria responsável pelo projeto. "Além disso, o documento revela que os fundos usados para o suborno tiveram origem em Macau", sublinha a Associação Novo Macau (ANM).

A associação cita a queixa-crime, dizendo que representantes de Ng levaram este documento da ONU a um banco de investimento de Hong Kong e à International Telecommunication Union, de modo a demonstrar que o projeto tinha apoio das Nações Unidas.

Segundo a ANM, Macau está obrigado a investigar o suborno de dirigentes de organizações internacionais públicas, de acordo com a Convenção contra a Corrupção da ONU. No entanto, o Regime local de Prevenção e Repressão dos Atos de Corrupção no Comércio Externo apenas considera estes subornos crime "no âmbito do comércio externo".

A ANM pede, assim, ao CCAC que investigue se que a San Kin Ip Group "beneficiou ilegitimamente ao ter apresentado o documento oficial alterado da ONU a um banco de investimento e a uma organização internacional no âmbito do comércio externo".

Em outubro, o Governo de Macau disse não possuir "qualquer informação sobre o processo", o CCAC afirmou "não ter quaisquer comentários a fazer", enquanto a Polícia Judiciária disse não ter detalhes sobre o caso.

ISG // PJA

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