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O
presidente da República condecorou, esta segunda-feira, António Arnaut e João
Lobo Antunes com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em Lisboa, sublinhando a
importância da efetivação de direitos como a saúde para a existência da
verdadeira liberdade.
"Não
há verdadeira democracia, como não há verdadeira liberdade, sem a efetivação
dos direitos económicos, sociais e culturais. Um deles, cimeiro, é o direito à
saúde", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na sala dos Embaixadores do
Palácio de Belém, assinalando novamente os 40 anos da Constituição da
República.
O
anúncio das condecorações fora feito a 07 de Abril, Dia da Saúde, pelo ministro
da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, também presente na cerimónia de Belém,
tal como o primeiro-ministro, entre outras figuras.
O
chefe de Estado explicou que as distinções são o "reconhecimento de
carreiras dedicadas ao serviço da liberdade, democracia e Constituição no
domínio da saúde".
Relativamente
a Arnaut, Rebelo de Sousa disse tratar-se de um "nome indelevelmente
ligado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), não apenas como [deputado]
constituinte, mas também como governante e paladino ao longo de décadas na
defesa daquilo que é a efetivação de um direito fundamental dos
portugueses".
"[Lobo
Antunes] Tem sua pesquisa, ensino, prática, magistério pessoal e institucional
ligados ao domínio da saúde, contribuindo de forma relevante e com excelência
também para a efetivação deste direito fundamental", segundo o Presidente
da República.
A
Ordem da Liberdade distingue serviços relevantes prestados em defesa dos
valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da
liberdade, considerados cumpridos pelo ex-ministro socialista, "pai do
SNS", e pelo neurocirurgião e ex-conselheiro de Estado de Cavaco Silva.
"Há
12 anos, o presidente [Sampaio] concedeu-me o grau de grande oficial, também no
dia 25 de Abril. Não é por acaso que as coisas acontecem a 25 de Abril. Tem
grande significado para mim, sentimental, político, patriótico. Sempre lutei
pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril", lembrou Arnaut, defendendo
que "só há liberdade a sério se o cidadão for libertado do medo do futuro,
do medo de procurar cuidados de saúde e não os ter, do medo de querer trabalhar
e não ter [como]".
João
Lobo Antunes afirmou ter como "contributo para a construção da liberdade
neste país, essencialmente, ser um homem livre, mas servo do serviço à nação
numa área tão importante e tão frágil como a da saúde".
"O
que me enche mais de orgulho foi ter tratado dos meus pares, dos que me
procuravam - gente humilde, gente importante -, todos iguais no sofrimento,
naquele encontro singular que é a clínica, na procura de um consolo, de uma
esperança", congratulou-se.
Fonte:
JN
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