terça-feira, 26 de abril de 2016

RUGIDO DE LEÃO

João António Pagliosa*   
Na última sexta feira, o ilustre Juiz de Direito, Dr. Joaquim Barbosa, declarou na cidade de Florianópolis, que apesar de toda a confusão e de todo estardalhaço político que vivenciamos neste país de Cabral, o processo de impeachment de Dilma, não tem sustentação jurídica legal.
Eu fiquei pasmo! Será que este governo pusilânime, incrivelmente corrupto, e incompetentemente nefasto merece continuidade? Ora, JB no alto de sua sabedoria jurídica contradiz figuras como Ives Gandra Martins, como Olavo de Carvalho, para citar apenas dois nomes de proeminência nacional incontestável.
Mas, Direito é uma arte em constante transformação, (esta frase está lá na mochila de minha filha Barbara, estudante de Advocacia), e eu fico matutando, assim: Se homens togados que estudam uma vida inteira tem opiniões divergentes sobre determinado tema, quem terá razão? Com quem está a verdade? E de que lado ficará o prezado leitor?
A saída de Dilma é golpe? A saída de Dilma é constitucionalmente legal, sob o ponto de vista jurídico?
Eu, João, não sou homem de meias palavras, e não fico em cima do muro, a vida me ensinou a ser prático. Nunca procrastino decisão importante e, via de regra, sempre defendo o pequeno e o menos favorecido, desde que ele esteja fazendo a sua parte, fazendo o que por dever, lhe cabe fazer.
Tenho por JB um enorme apreço. Já escrevi que este homem redimiu a nossa república pela sua atuação brilhante no processo do mensalão, porém, infalibilidade é qualidade que homem nenhum detém. Ninguém a outorga. Simples assim!
No caso em questão, eu fico com o espoliado povo brasileiro, e em razão da extrema gravidade da situação do país, eu rujo como um leão: “O impeachment de Dilma não é golpe, muito pelo contrário, é um direito do povo brasileiro que está de joelhos frente a esta panaceia de horrores que descamba para generalizada corrupção.”
Àqueles que defendem que é golpe, a saída de Dilma, eu pergunto:
Como não criminalizar uma presidente que simplesmente destruiu uma Empresa como a Petrobrás? Aproximadamente, quinhentos bilhões de reais sumiram pelo ralo da corrupção, (o que representa dois mil e quinhentos reais para cada brasileiro), e a ex maior empresa do país, vale no mercado hoje, menos do que possui de dívidas correntes. Está literalmente falida! 
Como não criminalizar uma presidente que desde os anos sessenta, conspira e age ativamente contra a democracia brasileira? E mente sempre, e sempre mente!
Como não criminalizar uma presidente que libera dezenas de milhões de reais (dinheiro público), para comprar apoio de políticos de qualquer sigla, apenas para manter-se no poder?  Como alguém pode agir assim, se há dezenas de milhares de cidadãos brasileiros sofrendo as agruras do caos na saúde, na segurança, na empregabilidade, no saneamento básico....
Como não criminalizar um presidente que tentou a todo pano manchar a integridade de nossa FFAA, fazendo acontecer a  Comissão da Verdade, para desonrar cidadãos honrados como o Coronel Brilhante Ustra, (recentemente falecido de causas naturais), que se defendeu e sozinho, calou o festival de mentiras dos mentores da referida comissão.
Como, eu questiono você, leitor, manter na presidência do país, um presidente que briga para aumentar impostos, de um povo já quase falido por tanto pagar imposto?
No livro de João, capítulo 2, Jesus Cristo é interpelado por Maria: “Eles não tem mais vinho.”
Jesus cede ao pedido de sua mão e realiza o primeiro milagre. E a festa de casamento continuou, para a alegria de todos.
Há coisas que quando acabam, causam uma confusão danada. O vinho em uma festa. O seu salário que acaba já no dia 8 do mês em questão. Mas e quanto àqueles que não tem nenhum salário? E aqueles 119 mil e pico que foram demitidos no mês de março último?
A culpa é do mercado internacional, ou é da dupla triplamente incompetente e letárgica, composta por Lulla e Dilma? Pois é, então há coisas que precisam acabar logo antes que a coisa fique ainda mais preta.
Ainda pior!
Veja leitor, numa empresa privada, um CEO, um diretor, um gerente que apresente resultado negativo, é demitido no primeiro balanço que apresenta. Sem nhém nhém nhém! Não tem choro nem vela, é rua. Rua, mesmo!
No serviço público e no governo, nunca é assim! Uh, dó!
E quanto a você? Qual é a sua atitude quando a tensão e o caos alcançam a sua vida?
Creia, eu tenho bastante autoridade para falar sobre este assunto. E recomendo com muita ênfase, no momento da tribulação, faça como fez Maria, isto é, peça o milagre de Jesus.
Caros, nós somos apenas pó sem Deus, então, na crise, recorra a Jesus e se derrame para ele. Conte em detalhes o seu problema; conversa franca entre você e o seu Deus.
Nunca se prostre ante os seus fracassos. Nunca se queixe e nunca reclame de nada, como reclamam a todo instante os nossos homens públicos, homens tão pejorativamente indecentes, tão absurdamente ineficientes e tão vergonhosamente parasitas, da nação que os abriga.
Em momentos críticos como esse que vivenciamos, sei que devo rugir como um leão e devo clamar aos quatro ventos: “Defenestrar Dilma não é golpe não! O impeachment de nosso presidente da república é ato constitucionalmente legal”!
E, oro para que este processo ocorra em clima de paz e de harmonia.
É sábio saber perder! Mudar a nossa mente, às vezes, é duplamente sábio. Quiçá eu seja ouvido! Quiçá estas minhas palavras encontrem eco!

Atenciosamente e com o meu carinho.

João António Pagliosa*   - Engenheiro Agrônomo

Curitiba, 24 de abril de 2016.

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