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O empresário
português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, que está a ser investigado
no âmbito da operação Lava Jato, aparece na lista comprometedora, divulgada
este domingo por um Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
A lista resultou
de uma fuga de informação envolvendo a empresa de advogados panamiana Mossack
Fonseca, revela 107 novas sociedades "offshore" ligadas a citados no
caso Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção que envolve várias
empresas, incluindo a petrolífera estatal Petrobras, no Brasil.
Da lista até
agora revelada consta o nome de um português: Idalécio de Castro Rodrigues de
Oliveira. O empresário deteve 14 empresas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas
- nas áreas dos minérios, gás natural e exploração de petróleo.
A venda dos
direitos de exploração de um campo de petróleo, no Benim, à Petrobas acabou por
envolver o empresário no caso Lava-Jato. Idalécio de Castro Rodrigues de
Oliveira detinha - em nome da empresa Lusitania Petroleum - várias licenças de
exploração petrolífera em África
O portal de
notícias brasileiro UOL, um dos mais de cem meios de comunicação envolvidos na
investigação, noticia que a Mossack Fonseca criou sociedades em
"offshores" para pelo menos 57 indivíduos já publicamente relacionados
com o esquema de corrupção na Petrobras.
Idalécio de
Oliveira terá aberto várias empresas "offshores" em paraísos fiscais,
meses antes de vender à Petrobras parte de um campo de petróleo no Benin, em
2011.
A Mossack
Fonseca constituiu a empresa Lusitania Petroleum Holding Limited nas Ilhas
Virgens, em julho de 2010, a pedido do português e sete meses depois a
Petrobras comprou o campo no Benin a uma subsidiária da Lusitania Petroleum,
mas nunca encontrou petróleo naquele campo da África Ocidental.
O portal UOL
escreve que os responsáveis pela investigação da Lava Jato suspeitam que a
transação resultou no pagamento de subornos ao presidente da Câmara dos
Deputados e líder do Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB), Eduardo
Cunha, algo que o político nega.
O UOL cita um
relatório do Procuradoria-Geral da República, de 2011, segundo o qual Idalécio
Oliveira transferiu eletronicamente 10 milhões de dólares (8,7 milhões de
euros) para uma conta num banco suíço, mantida por João Augusto Rezende
Henriques, ligado ao PMDB.
A
transferência foi feita através da Acona International Investments Limited, uma
empresa sediada nas ilhas Seychelles, também registada pela Mossack Fonseca.
Segundo o
relatório, semanas depois, Rezende Henriques transferiu eletronicamente 1,5
milhões de dólares (1,3 milhões de euros) para uma conta num banco suíço.
Rezende
Henriques disse, em depoimento à Polícia Federal, que "a conta indicada
para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha".
Em maio de
2010, e-mails trocados entre funcionários da Mossack Fonseca sugerem que a
Lusitania Petroleum foi criada para ser negociada em bolsas de valores, escreve
o UOL.
Os
funcionários discutiam alterações no contrato social da empresa para adequá-la
às regras, e tinham também a ideia de replicar o estatuto noutras companhias
"offshore" do Lusitania Group.
Entre junho de
2010 e maio de 2011, o português adquiriu ou transferiu para a Mossack Fonseca
14 sociedades "offshore".
Em maio de
2011, Idalécio Oliveira respondeu à Mossack Fonseca que os seus negócios
envolviam, na altura, minas em África e no Brasil e exploração de petróleo em
África, e disse ainda que entraria em breve no negócio da exploração do
petróleo no Brasil e na Ásia.
A lista hoje
divulgada inclui 12 líderes mundiais incluindo chefes ou ex-chefes de Estado e
atuais e antigos primeiros-ministros. Ao todo são 140 políticos de mais de 50
países.
Entre os nomes
divulgados encontram-se os do rei da Arábia Saudita, do Presidente da Argentina
e de elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da
UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de
Espanha, Pilar de Borbón.
O Consórcio
Internacional de Jornalistas de Investigação precisa que mais de 214 mil
entidades "offshore", em 21 paraísos fiscais, aparecem, em 11,5
milhões de documentos, ligadas a mais de 200 países e territórios.
Fonte: dn/Lusa
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