segunda-feira, 4 de abril de 2016

FANTASMA DE RUI RIO ASSOMBROU CONGRESSO DO PSD (E FOI “MUITO FEIO”)


 
presidencia.pt
O economista Rui Rio, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto
No rescaldo do 36.º Congresso do PSD, em Espinho, a grande figura é Rui Rio que nem sequer marcou presença no encontro social-democrata. Mas o seu “fantasma” andou por lá, como lamenta o próprio ex-presidente da Câmara do Porto, afirmando que o tentaram “denegrir” com invenções.
Num artigo de opinião no Jornal de Notícias, Rui Rio nota que aqueles que o criticaram durante o Congresso do PSD, que decorreu neste fim-de-semana, em Espinho, “acabaram por lhe dar razão” pelo facto de ter decidido não comparecer.
Se, para eles, fui tão relevante ao não estar, como não teria sido se eu lá tivesse estado. Não teria havido palavra minha que não tivesse tido mil e uma interpretações e mil e uma especulações, ou seja, justamente, o que eu não queria”, escreve Rui Rio no texto intitulado “Assim não!”.
Rio tinha dito que não ia ao congresso para não “perturbar”, numa altura em que o seu nome ganha peso como possível candidato à liderança do PSD.

“Um fantasma de que não se conseguem libertar”

Visando directamente Pedro Santana Lopes, no seu artigo no JN, o ex-autarca assume que ficou “triste” por o ouvir dizer que não foi ao Congresso para “não ofuscar o líder”, alegando que “nunca disse tal disparate”.
O ex-secretário-geral do PSD até sublinha que não tem proferido “grandes críticas públicas”, isto apesar de “não concordar com alguns aspectos da gestão partidária que tem sido feita nos últimos anos”, escreve.
“Foi feio, muito feio, ver congressistas com efectivas responsabilidades políticas inventarem o que não existiu para, assim, me procurarem denegrir ou, dito de outra forma, procurarem exorcizar umfantasma que criaram no seu imaginário e os aterroriza; e do qual, pelos vistos, não se conseguem libertar”, refere ainda o social-democrata no mesmo texto, no qual fala de “cobardia”.

Passos pode já estar a preparar a sucessão

Estas declarações de Rui Rio vêm dar peso à questão da sucessão a Passos Coelho que é tema quente no PSD, apesar de o líder ter sido reeleito no cargo apenas no mês passado.
Ninguém coloca em causa a liderança imediata do partido no imediato, mas é certo que o próprio Passos pode já estar a pensar num futuro PSD sem o seu comando. Esse cenário poderá já colocar-se em 2017, depois das eleições autárquicas.
No congresso, Passos definiu como grande objectivo próximo do PSD a recuperação da maioria das Câmaras ao PS. Uma missão dura que pode levar o próprio Passos a concorrer à Câmara de Lisboa e atirá-lo para fora da liderança social-democrata, caso as coisas não corram da melhor forma.
A escolha de Maria Luís Albuquerque para vice-presidente do PSD será visto por alguns, dentro do partido, como um sinal de que Passos poderá já estar “a preparar o pós-2017″, destaca o Público.
Esta decisão de promover a ex-ministra das Finanças a um cargo de topo no PSD é mal encarada por muitos sociais-democratas, não tanto por ela ser militante há pouco tempo, desde 2011, mas particularmente pela recente polémica da sua contratação por parte da empresa britânica gestora de dívida, Arrow Global.
Esse detalhe fragiliza a sua posição perante a opinião pública, mas Passos considera que Maria Luís Albuquerque “fez um lugar notável” como ministra e que “tem todas as condições para fazer um lugar muito bom como vice-presidente do PSD”, disse no congresso.
SV, ZAP

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