Mudança política é vista pelos mercados como um sinal de risco para os investidores. Num artigo publicado esta manhã, a Bloomberg sugere que as compras do BCE podem não ser suficientes para tornar a dívida nacional mais aliciante.
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Para a
Bloomberg, a dívida pública portuguesa "vai de mal a pior". Depois de vários meses de alívio nos juros e de interesse crescente dos compradores, as
Obrigações do Tesouro nacional tornaram-se no primeiro trimestre deste ano os
piores títulos de dívida da zona euro, penalizados por uma mudança política
vista com maus olhos nos mercados e por uma comparação desfavorável com outras
dívidas de países periféricos.
Entre o início
de janeiro e o final de março as Obrigações portuguesas tiveram um retorno
negativo de 1,3% para os investidores, ao contrário da dívida da Grécia,
Espanha, Itália ou Irlanda, outros mercados vistos como os maiores centros de
instabilidade na união monetária.
"A
situação das Obrigações portuguesas foi comprometida pelas eleições e a
instabilidade que se seguiu", garante Gianluca Ziglio, analista na
britânica Sunrise Brokers LLP. Em declarações à Bloomberg, o analista afirma-se
preocupado com a situação política em Portugal: "Esta situação cria
incerteza com possíveis impactos no rating".
A grande
diferença entre Portugal e os restantes parceiros da zona euro é, segundo a
Bloomberg, a perspetiva de recuperação económica. Enquanto Espanha e Irlanda
apresentação previsões de crescimento de 2,7% e 4,7% para este ano e níveis
semelhantes em 2017, o PIB português deverá aumentar apenas 1,5% em 2016 e o
mesmo ou menos no próximo ano.
A agência
destaca mesmo a incapacidade portuguesa de conseguir taxas aliciantes com um
exemplo: na semana passada, a República da Irlanda conseguiu taxas de 2,35%
numa emissão de dívida a 100 anos, menos do que os investidores cobram a
Portugal nas Obrigações a 10 anos.
Fonte:noticiasaominuto
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