segunda-feira, 4 de abril de 2016

'Panama Papers', o que é isso? A fuga que veio tramar 'intocáveis'

A fuga de informação mostra como chefes de Estado e celebridades escondem dinheiro em paraísos fiscais.
© DR

A polémica instalou-se com a revelação de, para já, 140 responsáveis políticos e outras personalidades com vários bens em paraísos fiscais.

A lista batizada de 'Panama Papers' contém nomes como os do presidente da Argentina, do presidente russo Vladimir Putin, do futebolista Lionel Messi e do cineasta Pedro Almodóvar.

A estrela do cinema Jackie Chan também consta no dossier Panamá, por ter pelo menos seis empresas geridas através da Mossack Fonseca.
                                
Esta lista comprometedora foi divulgada este domingo na sequência de uma fuga de informação envolvendo a empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca e dando conta da criação de milhares de empresas offshore em paraísos fiscais para estas personalidades administrarem o seu património.

Há ainda 72 chefes ou ex-chefes de Estado que poderão estar envolvidos neste enredo depois de a lista ter sido divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que agrega repórteres dos mais variados meios de comunicação.

Por exemplo, o falecido Ian Cameron, pai do primeiro-ministro inglês David Cameron, também aparece na documentação. É acusado de usar a empresa Mossack Fonseca para esconder os seus investimentos, de forma a não pagar impostos.

Também o rei da Arábia Saudita, os primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão, amigos de Vladimir Putin, o ex-presidente da UEFA Michel Platini, e o irmão do rei Juan Carlos constam nos documentos.

Estes documentos revelam ainda movimentos de empresas offshore vinculadas à família do presidente chinês, Xi Jinping.

O primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson estará também envolvido no escândalo por ele e a sua mulher deterem secretamente uma empresa offshore que possuía milhões de dólares em obrigações do tesouro islandês durante a crise.

Depois de confrontado com as alegações, o primeiro-ministro optou por se recusar a responder e levantar-se do seu lugar sem prestar quaisquer declarações, noticia o jornal espanhol El Diario.

Já se ouve falar num português, segundo a imprensa internacional. Em causa está o empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira. Ligado à exploração de petróleo, gás natural e minérios, o português está na mira da justiça brasileira no caso Lava Jato desde que vendeu parte do seu negócio num campo de petróleo à Petrobras.

Há mais de 500 bancos e subsidiárias envolvidos por terem impulsionado a criação de empresas em paraísos fiscais, por exemplo o HSBC e o UBS.


A empresa Mossack Fonseca, especialista na gestão de capitais e patrimónios, revelou à agência espanhola Efe que foi alvo de um ataque informático e que os seus dados poderão ter sido afetados.  

Fonte:noticiasaominuto

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