José Sócrates fala em “terrorismo de Estado” para criticar o facto de o Ministério Público ter alargado o prazo para deduzir acusação contra si. Ao mesmo tempo, ressurgem notícias de que as autoridades brasileiras e portuguesas estão a investigar o negócio entre a Oi e a PT, com os nomes de Sócrates e Lula pelo meio.
CASO JOSÉ SÓCRATES
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“Não apresentam provas porque não as têm; nunca as tiveram. E não as têm pela singela razão de não poder haver provas do que nunca aconteceu”, eis como José Sócrates reafirma a sua inocência, num artigo de opinião no Jornal de Notícias onde se queixa do facto de o Ministério Público (MP) ainda não ter deduzido qualquer acusação contra si.
Em resposta ao facto de o MP ter alargado, por mais seis meses, o prazo para a dedução de uma acusação, Sócrates fala em “decência” (querendo sublinhar a sua falta) e em “terrorismo de Estado” e diz que, neste momento, já era tempo de discutir “as provas” e não os prazos.
“Um ano e meio depois de deterem, de prenderem; um ano e meio depois de tudo fazerem para tentar aterrorizar, depois de montarem, por acção ou negligência, uma formidável campanha de difamação, não mandaria a lei e a responsabilidade que apresentassem as provas do que insinuaram sem concretizar?”, pergunta o ex-governante no seu artigo.
“Primeiro detiveram dizendo que tinham provas definitivas e concludentes. Três meses depois, a prova estava ‘consolidada’. Aos seis meses, estava ‘consistente’ e ‘robusta’. Nove meses depois, estava… sei lá, de betão armado. Dezasseis meses depois, nem factos, nem provas, nem acusação. Agora querem mais seis meses, e depois se verá. Até onde levará o Ministério Público tal abuso?”, questiona ainda Sócrates no JN.
O ex-primeiro-ministro critica a “facilidade e ligeireza” com que diz que o MP “colocou esta investigação fora da lei“, relevando que “estão, pura e simplesmente, a transformar um processo que devia ser igual aos outros, num processo excepcional”.
Negócio PT/Oi investigado por suspeitas de luvas
Esta reacção pública de Sócrates surge numa altura em que voltam notícias de que os investigadores da Operação Marquês terão solicitado ajuda às autoridades brasileiras, no âmbito de suspeitas de corrupção à volta do negócio entre a PT e a Oi.
Na edição deste domingo, o Correio da Manhã deu conta do envio de uma carta rogatória das autoridades portuguesas para as brasileiras solicitando a colaboração por causa de suspeitas do pagamento de luvas da ordem dos 300 milhões de euros.
Este dinheiro terá sido distribuído por titulares de cargos públicos, quer no Brasil, quer em Portugal, atesta o CM.
José Sócrates e Lula da Silva estarão entre os principais alvos das investigações cruzadas entre a portuguesa Operação Marquês e a brasileira Lava-Jato.
ZAP
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