Não era por dádiva divina que os Cavaleiros Templários viviam mais tempo do que a população medieval em geral. Era por causa da dieta e dos hábitos de higiene, conclui um estudo científico.
Uma equipa de investigadores debruçou-se sobre a dieta dos medievais Cavaleiros Templários para tentar perceber porque é que tinham uma esperança média de vida tão alta, comparativamente com a população dessa altura.
Estes militares que lutavam com a Cruz de Cristo ao peito viviam para lá dos 60 anos, enquanto que a maioria das pessoas morria entre os 25 e os 40 anos de idade.
“A especial longevidade dos Cavaleiros Templários era geralmente, atribuída a uma especial dádiva divina”, começam por notar os investigadores no estudo, publicadono jornal científico Digestive and Liver Disease. Mas os segredos eram, afinal, a alimentação e as práticas de higiene.
“Lavar as mãos antes de comer era obrigatório. Além disso, o refeitório estava sempre muito limpo com toalhas de mesa disponíveis. Quanto à comida, caçar era estritamente proibido. Peixe, queijo, azeite e fruta fresca eram muito apreciados”, sublinha o co-autor do estudo, Francesco Franceschi, do Instituto de Medicina Interna da Universidade Católica de Roma, em Itália, em declarações ao site Discovery News.
A isto acresce ainda o consumo moderado de vinho misturado com polpa de aloé, planta com propriedades anti-sépticas, anti-bacterianas e fungicidas.
A dieta dos Cavaleiros Templários era, assim, mais saudável do que a de muitas pessoas da actualidade e não era nada típica da Idade Média.
A grande maioria da população consumia alimentos gordos e repletos de calorias, pelo que apresentavam problemas de diabetes, de gota e de alta pressão arterial.
“Pode-se imaginar um cavaleiro obeso a lutar contra uma dúzia de inimigos?“, é a pergunta que os investigadores fazem para, de algum modo, justificar os hábitos saudáveis dos Templários.
O estudo centrou-se em documentos históricos que atestam que os Cavaleiros de uma das primeiras ordens militares da Europa só comiam carne três vezes por semana, evitando os grelhados e, logo, os seus riscos cancerígenos. E conseguiam boas doses dos benéficos ácidos gordos ómega 3, consumindo peixe com regularidade.
Também comiam grandes quantidades de legumes e de fruta. Ora, os legumes “são a fonte natural mais poderosa de probióticos e actuam como nutrientes para as boas bactérias da macrobiótica intestinal. Este era um dos segredos da sua dieta saudável”, salienta Franceshi.
A Ordem dos Cavaleiros Templários foi criada por volta do ano de 1118 com o objectivo de proteger os peregrinos cristãos na sua caminhada rumo à Terra Santa, Jerusalém.
O Grão Mestre Hugues de Payens foi um dos seus fundadores e um dos seus melhores exemplos de longevidade, tendo vivido até aos 66 anos de idade.
Apelidavam-se de “os pobres soldados seguidores de Cristo e do Templo de Salomão”, mas acabaram por se tornar extremamente ricos e poderosos, amealhando propriedades e fortuna.
Em 1312, a Ordem foi oficialmente dissolvida pelo Papa Clemente, sob acusações de heresia e por pressão do Rei Filipe IV de França. Dois anos depois, foi queimado na fogueira o seu último Grão Mestre, Jacques de Molay, que teria 70 anos de idade.
SV, ZAP
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