segunda-feira, 30 de maio de 2016

Cabo Verde tem quase sete vezes mais mulheres no parlamento, mas longe da meta da ONU


A representação das mulheres no parlamento de Cabo Verde aumentou quase sete vezes em 25 anos, mas a participação ainda é considerada tímida e aquém da meta estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

Os dados foram avançados hoje pelo presidente da Assembleia Nacional (AN), Jorge Santos, na abertura de um seminário sobre a Participação Política das Mulheres em Cabo Verde, promovido pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).

"A evolução da participação das mulheres no parlamento cabo-verdiano, no regime democrático, tem sido positiva embora tímida, como de resto atesta o percurso: 1991 (3,8%); 1995 (12,5%); 2001 (11,1%); 2006 (15,3%), 2011 (20,8%) e agora em 2016, 23,6%", adiantou Jorge Santos.

"Cabo Verde encontra-se no 71.º lugar no mundo em termos de representação das mulheres no parlamento, estando muito aquém da meta estabelecida pelos ODM - Objetivos do Desenvolvimento do Milénio que apontava para os 30%", acrescentou.

Por isso, entende o presidente do parlamento, que nesta legislatura, a problemática da igualdade de género precisa de "uma nova atitude" que passe "das boas intenções para ações concretas", nomeadamente através de medidas legislativas que resultem "num acréscimo considerável da participação política das mulheres, aproximando o país da tão almejada e inevitável paridade".

"Paralelamente ao aumento efetivo da participação das mulheres nos diversos órgãos de poder central e local, impõe-se, hoje, garantir sua maior presença em órgãos de decisão da administração do Estado, nas empresas e nos diversos organismos da sociedade", defendeu.

Adiantando não ser defensor acérrimo do sistema de quotas, por entender que as mulheres são capazes de se afirmar por mérito próprio, Jorge Santos disse, no entanto, acreditar que "medidas legislativas e políticas públicas inclusivas atenuariam as desigualdades e contribuiriam para uma maior participação das mulheres na política".

CFF // EL – Lusa

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