O historiador e militante do PSD José Pacheco Pereira responsabilizou este sábado os socialistas portugueses e europeus pela aprovação do Tratado Orçamental que oficializa a política de ajustamento enquanto visão da sociedade e “criminaliza as políticas socialistas”.
Perante o 21.º Congresso do PS, em Lisboa, no debate “Socialismo Democrático: que futuro?”, em que participaram Pacheco Pereira e a ex-deputada do BE Ana Drago, as posições críticas assumidas por ambos foram bem acolhidas pelos delegados, que aplaudiram frequentemente aquelas intervenções.
“Os socialistas aprovaram o Tratado Orçamental, os socialistas são o principal baluarte, depois do PPE, Partido Popular Europeu, da política dos últimos cinco anos de ajustamento”, defendeu Pacheco Pereira.
“Não adianta ir com palavras mansas, não tivessem os socialistas apoiado a política da senhora Merkel e do senhor Schauble no conjunto da Europa ela não teria sido possível de executar como foi”, acrescentou.
Já a ex-deputada Ana Drago, considerou que é no projeto político do Bloco de Esquerda ou do espanhol Podemos onde atualmente está “o projeto da social-democracia do pós-guerra” que criou o modelo social europeu.
“É na esquerda radical“, vincou a dissidente do Bloco de Esquerda.
Segundo Pacheco Pereira, a política do ajustamento não visa meramente garantir o pagamento dos juros da dívida.
“É uma política que tem implícita uma noção de sociedade”, é “uma política que criminaliza – porque sanções é isso que significa – as políticas tradicionais não só dos socialistas mas dos sociais-democratas”.
O ex-líder parlamentar do PSD disse que analisou a moção de António Costa e nos documentos do Congresso do PS e concluiu que “de socialismo é que não há lá nada“, considerando que a reversão de salários e pensões não é socialismo, nem um programa de combate à burocracia do Estado (o Simplex).
O historiador abriu apenas uma exceção para a aposta na educação plasmada nos documentos, que,essa sim, configura um programa socialista.
Pacheco Pereira relaciona essa falta de socialismo com “a aceitação das regras europeias” que, “implica que o essencial da política económica, ela também não pode ser socialista”, argumentou.
/Lusa
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