O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Baciro Djá seguiu hoje para Dacar, capital do Senegal, onde vai representar o país na cimeira de líderes de África Ocidental que, entre outros temas, vai debater a crise política guineense.
De partida e ainda no aeroporto internacional de Bissau, Baciro Djá disse aos jornalistas que viaja em representação do Presidente guineense, José Mário Vaz, para uma cimeira que vai debater a estabilidade nos países da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO).
No que concerne à Guiné-Bissau, o líder do Governo adiantou que a cimeira irá debater a continuidade ou não da força de estabilização ECOMIB, estacionada em território guineense depois do último golpe de Estado em abril de 2012 e que inclui 700 polícias e militares da sub-região.
A missão da ECOMIB termina no final de junho, mas já foi prolongada noutras ocasiões.
Questionado sobre a sua visão da crise política na Guiné-Bissau, Baciro Djá desdramatizou a situação, afirmando que a falta de vontade política tem levado ao agudizar do problema.
"A nossa crise é, digamos assim, menos grave, porque é derivada da falta de vontade política", referiu.
"Há regras, nós estamos a funcionar num estado de direito democrático e se há alguma inquietação de uma parte, temos as instituições do Estado, nomeadamente os tribunais", disse o primeiro-ministro.
Baciro Djé é dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné- e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, mas foi indicado primeiro-ministro pelo Partido da Renovação Social (PRS), segunda força mais votada nas eleições, o que tem motivado a ira do seu partido.
Elementos do Governo do PAIGC demitidos pelo Presidente guineense mantêm-se na sede do executivo em sinal de protesto pela decisão de José Mário Vaz.
Para Baciro Djá aqueles deviam recorrer aos tribunais, tal como o próprio fez quando entrou em desacordo com a direção do partido, que o expulsou de militância e do lugar de deputado no Parlamento.
"Foi isso que nós fizemos quando entendemos que tínhamos razão. Num Estado de direito democrático, quando alguém se sente [lesado] sabe quais são as instituições que podem dirimir conflitos", observou Djá, referindo-se ao grupo de 15 deputados dissidentes do PAIGC, do qual faz parte.
MB // PJA - Lusa
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