O Estado foi condenado a pagar quase 150 milhões de euros ao consórcio Elos, que ganhou a obra de execução do TGV (comboio de alta velocidade), mas vai recorrer da decisão do Tribunal Arbitral.
O Público avança, na sua edição desta quinta-feira, que ao fim de dois anos o Tribunal Arbitral constituído para julgar o caso “decidiu no final de junho a favor da Elos, considerando que lhe é devida uma parte substancial da indemnização que reclamava num total de 169 milhões”.
“O Governo vai mover em breve uma ação para anular a sentença, mas também já avançou com um processo judicial para afastar um dos árbitros que proferiu o acórdão”, adianta o jornal, acrescentando que “a estratégia passa ainda por um recurso ao Tribunal Constitucional e um pedido de apreciação ao Tribunal de Contas“.
Uma fonte do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas disse ao Público que a decisão do Tribunal Arbitral, que foi constituído em fevereiro de 2014, é de 27 de junho e condena o Estado a pagar 149,6 milhões de euros a privados.
“O Estado foi condenado no processo Elos no pagamento de cerca de 150 milhões relativamente a faturas reclamadas pelo consórcio, sendo que o pedido era de cerca de 170 milhões”, indicou a mesma fonte.
O ministério esclareceu ao jornal que houve um voto vencido.
Nesse voto - do árbitro designado pelo Estado -, “considera-se que a decisão do Tribunal Arbitral é incorreta em termos de facto e de direito (…) em linha com o que foi defendido na contestação do Estado e nas respetivas alegações escritas”, segundo a mesma fonte.
A mesma fonte disse ao Público que “o Governo tudo fará nas próximas semanas, através de uma anulação do acórdão a interpor junto do Tribunal Central Administrativo”. O prazo para mover este processo é de 90 dias.
O jornal diz ainda que há outras medidas em curso, como o pedido judicial para afastar o árbitro que foi nomeado em representação da Elos.
Em fevereiro de 2014, foi constituído o tribunal arbitral para a avaliação do pedido de indemnização apresentado pelo consórcio Elos - Ligações de Alta Velocidade, “na sequência da recusa de visto pelo Tribunal de Contas aos contratos relacionados com as infraestruturas ferroviárias no troço Poceirão-Caia e da Estação de Évora”.
Ao consórcio Elos, liderado pela então Soares da Costa e pela Brisa, foi adjudicado o projeto de ligação de alta velocidade ferroviária Poceirão-Caia, cujo contrato foi chumbado pelo Tribunal de Contas, no final de março de 2012, levando o governo de então a anunciar o abandono “definitivo” da construção de uma rede portuguesa de alta velocidade (mais conhecida como TGV).
Na sequência desta decisão, o consórcio avançou com um pedido de indemnização ao Estado por despesas incorridas de 169 milhões de euros.
/Lusa
Comentário: triste País, o que te têm feito.
J. Carlos
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