O ministro dos Negócios Estrangeiros disse
hoje à Lusa, em Washington, que o resultado de uma primeira votação no Conselho
de Segurança para secretário-geral da ONU, que colocou António Guterres na
frente da corrida, é "extremamente positivo".
"É
um resultado extremamente positivo, dada a grande qualidade das outras
candidaturas apresentadas. É um estimulo claríssimo para a candidatura do
engenheiro Guterres e a confirmação de que é particularmente habilitado para o
cargo de secretário-geral", disse Augusto Santos Silva.
Segundo
fontes diplomáticas citadas pela AFP, durante a votação, cada um dos 15 membros
do Conselho indicou se "encoraja", "desencoraja" ou
"não tem opinião" sobre os candidatos.
António
Guterres recebeu 12 votos de encorajamento, seguido do esloveno Danilo Turk,
que recebeu 11.
Santos
Silva acredita que o processo de escolha do secretário-geral que, de forma
inédita tem acontecido de forma pública, com debates e entrevistas, beneficia o
candidato português.
"Pela
primeira vez na história da organização, este processo é aberto ao público e
com grande visibilidade. Isso tem permitido ao engenheiro Guterres dar a
conhecer-se e dar a conhecer a sua visão e as suas propostas para as Nações
Unidas", disse o ministro português.
Santos
Silva diz que, no final da votação em Nova Iorque, "o presidente do
Conselho de Segurança contactou o embaixador de Portugal junto das Nações
Unidas e transmitiu os resultados" mas que, segundo as regras, estes têm
de permanecer confidenciais.
"Aguardamos,
com muita naturalidade, a continuação deste processo, respeitando inteiramente
a sua natureza reservada", disse.
Uma
nova votação deve acontecer nas próximas semanas, mas a data ainda não foi
anunciada.
Neste
momento, existem 12 candidatos ao cargo, metade dos quais mulheres.
Espera-se
que alguns desistam devido ao resultado da votação. Um dos candidatos obteve 11
votos de desencorajamento.
Além
de Guterres, que liderou a agência da ONU para os refugiados, inclui-se na
lista a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Susana Malcorra, a
antiga chefe do governo neozelandês e dirigente do Programa da ONU para o
Desenvolvimento, Helen Clark, e a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara
e diretora da UNESCO, Irina Bokova.
No
debate da semana passada, o candidato defendeu que o próximo secretário-geral
da ONU tem de ser "sólido", um "símbolo de unidade" e que
"precisa saber combater, e derrotar, o populismo político, o racismo e a
xenofobia".
A
organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu
segundo mandato no final do ano, durante o outono.
Fonte:
Lusa
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