Começa este domingo a Semana Nacional
das Migrações. Bispos pedem que se olhe para os refugiados com misericórdia e
não como mão-de-obra barata.
A Semana Nacional das Migrações decorre
desde este domingo até ao próximo, 14 de Agosto, este ano com o tema “Migrantes
e refugiados – rosto da misericórdia”. Trata-se de um tema actual, que tem sido
muitas vezes abordado pelo Papa Francisco. Ainda recentemente, na sua visita à
Polónia, Francisco apelou à disponibilidade para acolher os refugiados.
O mesmo defende o bispo de Beja. O
também presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana considera que
“precisam de ser acolhidos com misericórdia, não apenas com a perspectiva de
serem mão-de-obra barata e que se pode explorar”. Em seu entender, “não podemos
olhar à cor de pele ou à religião, mas temos que acolher com humanidade e com
misericórdia as pessoas. É esse exemplo que o Papa nos tem dado e as muitas
mensagens que nos tem dirigido”.
D. António Vitalino pede ainda que “as
comunidades cristãs, quando as pessoas chegam e batem à porta, devem abrir-se ,
devem criar outra mentalidade e não fechar-se em si mesmas e ver o outro como
um inimigo, como alguém que nos vem incomodar. E, portanto, há muitas vezes da
parte das comunidades cristãs um certo medo, um certo fechar-se em si mesmas e
pouca abertura e pouca hospitalidade”.
O bispo de Beja defende que as leis da
imigração “precisam de ser adaptadas às situações de emergência. E tratando-se
de uma emergência humanitária, não podemos ir só pela legislação em vigor que
regulamenta os fluxos dos migrantes”.
Iniciativas da Semana Nacional das
Migrações
O ponto alto desta Semana é a
peregrinação internacional ao Santuário de Fátima a 12 e 13 de Agosto que habitualmente
reúne milhares de pessoas, nomeadamente, muitos emigrantes que nesta altura se
encontram por cá de férias.
D. António Vitalino diz que “junta
sempre para cima de cem mil emigrantes”.
No próximo domingo, 14 de Agosto, último
dia desta Semana, o ofertório das Missas reverte a favor da Pastoral da
Mobilidade Humana.
O Bispo de Beja queixa-se da falta de
recursos financeiros: “Nos últimos anos, devido à crise económica, mas não só,
os donativos têm diminuído e estamos a braços com algumas dificuldades para
manter as obras que criámos. Daí que nós estamos dependentes dessa
solidariedade, porque sem solidariedade é impossível mantermos as nossas
obras”.
Vão ser oito dias a reflectir sobre os
migrantes e refugiado, uma questão que tem sido um desafio para a Europa que
enfrenta o maior fluxo migratório desde a segunda guerra mundial.
rr.sapo.pt
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