O presidente da brasileira Embraer,
Paulo César de Souza e Silva, destacou no sábado a capacidade de Portugal
"absorver tecnologia", o que pesou na decisão da empresa de instalar
no país o seu primeiro centro de engenharia na Europa.
"Portugal está num desenvolvimento
muito interessante nos últimos anos e, sem dúvida alguma, é um país que tem
capacidade de absorver tecnologia", afirmou o presidente da construtora
aeronáutica aos jornalistas num jantar com o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio, em São Paulo,
Brasil.
Nesse sentido, Paulo César de Souza e
Silva sublinhou a decisão da empresa de instalar o primeiro centro de
engenharia da Europa em Portugal, onde há dez anos é detentora da OGMA -
Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, no distrito de Lisboa, e, mais
recentemente, de um fábrica em Évora.
"Estamos muito contentes com os
investimentos na OGMA e em Évora. Os dois investimentos são bastante
importantes para as nossas operações e vamos ter um crescimento muito
importante nos próximos anos, à medida que os nossos aviões novos começarem a
ser entregues a partir de 2018, a fábrica de Évora vais ser especialmente
importante", afirmou.
As OGMA fabricarão parcialmente o novo
jato militar KC 390, que esteve no mês passado em Portugal a fazer o primeiro
voo na Europa, destacou ainda o presidente da Embraer.
O investimento da Embraer em Portugal é
de 280 milhões de euros, nas duas unidades, tendo previsto chegar aos 400 milhões
de euros em 2018.
O Presidente da República realizou hoje
o quarto de uma visita de seis dias ao Brasil, que começou no Rio de Janeiro,
cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos, e termina no Recife, capital do Estado do
Pernambuco, na segunda-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa tem insistido na
ideia de que a próxima cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP), que decorrerá em setembro no Brasil, ainda sem data definida, deve ser
o momento para reorientar a instituição para uma componente mais económica e em
que o Brasil tenha um papel liderante.
O Presidente defendeu hoje que há uma
"oportunidade bilateral única" no momento que Portugal e Brasil
atravessam e anunciou uma missão pública portuguesa no domínio económico e
empresarial, em setembro.
"O Brasil está a sair de uma
recessão económica e vai sair. Portugal está a sair de uma recessão económica e
vai sair. Pela primeira vez há muito tempo não há um contraciclo entre Brasil e
Portugal. Há agora uma oportunidade bilateral única", defendeu.
Lusa
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