O presidente interino do Brasil, Michel
Temer, pediu, em 2014, apoio financeiro ao magnata da construção Marcelo
Odebrecht, preso pelo seu envolvimento no caso Lava Jato, tendo recebido quase
três milhões de euros, divulgou a revista Veja.
Na sua edição de sábado, a revista
brasileira cita parte do acordo judicial que Marcelo Odebrecht está a negociar
com o Ministério Público, no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo a revista, Marcelo Odebrecht
afirma que Michel Temer lhe pediu "apoio financeiro" num jantar com
membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) que ocorreu em
2014.
O magnata da construção afirma ainda que
doou 10 milhões de reais (cerca 2,85 milhões de euros) ao partido.
Esta revelação da revista Veja deverá
provocar tensão no país, que está a ser presidido interinamente Michel Temer,
que chegou ao poder em maio, depois da suspensão de funções da Presidente
eleita, Dilma Rousseff, que enfrenta um processo de destituição.
A revista Veja cita o gabinete de Michel
Temer, que confirma o jantar e a discussão sobre o "apoio financeiro da
empresa de construção Odebrecht para a campanha eleitoral do PMDB",
garantindo que ele ocorreu em "concordância total com a legislação
eleitoral" brasileira.
Michel Temer não foi acusado no caso
Lava Jato, embora muitos dos seus aliados, incluindo vários dos seus ministros,
o tenham sido.
Muitos no Partido dos Trabalhadores (PT)
de Dilma Rousseff também foram acusados de envolvimento de fraude na Petrobras,
incluindo o seu antecessor na presidência do país, Luiz Inacio Lula da Silva.
Dilma não foi acusada de aceitar
subornos, mas de ter cometido crime de responsabilidade ao praticar manobras
fiscais com a intenção de melhorar as contas públicas e assinar decretos a
autorizar despesas que não estavam previstas no orçamento.
Lusa
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