A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) concluiu que existiram “falhas notórias” nos procedimentos que asseguram que os helicópteros Kamov de combate a incêndios respeitam os requisitos para operarem em segurança.
De acordo com um documento da IGAI, a que o Público teve acesso, são três os altos dirigentes da Autoridade Nacional de Proteção Civil responsáveis por “99 deficiências– tecnicamente chamadas ‘situações de não conformidade’ – no controlo de cinco helicópteros Kamov”, propriedade do Estado.
Entre os responsáveis está o presidente que se demitiu a 5 de setembro, Francisco Grave Pereira.
Segundo o Público, a análise técnica da documentação das aeronaves foi feita pela Inspeção Geral da Força Aérea, que prestou apoio técnico aos instrutores da IGAI e que, com base nessa avaliação, conclui que existiram “falhas notórias na esfera da gestão da aeronavegabilidade” por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
As deficiências que a Força Aérea imputa aos responsáveis da proteção civil foram divididas em várias categorias, sendo que a maioria das “situações de não conformidade”, de 64 de 99, diz respeito a falhas no controlo do tempo de vida dos componentes instalados nos helicópteros, o que implica que pode ter havido peças usadas depois de esgotado o seu tempo de vida útil.
Outra das anomalias mais detetadas, neste caso 16 vezes, tem que ver com o “controlo ineficaz do processo de manutenção”, o que, de acordo com o jornal, pode ter levado à instalação nos Kamov de componentes que não cumpriam os requisitos.
Foram também detetados problemas na configuração do programa informativo que regista ao pormenor todas as ações de manutenção e no preenchimento do mesmo, avança o jornal.
À Lusa, fonte do Ministério da Administração Interna revelou que o relatório da IGAI tem “caráter sigiloso”, escusando-se a fazer qualquer comentário.
ZAP / Lusa
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