A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, suspendeu a viagem de angariação de fundos à Califórnia, depois de, este domingo, se ter sentido mal, na cerimónia do 11 de Setembro.
A menos de dois meses da eleição presidencial americana, trata-se de mais um de uma série de acontecimentos que colocou a saúde da candidata do Partido Democrata no centro das atenções.
“Clinton não vai viajar para a Califórnia amanhã nem terça-feira”, disse este domingo o porta-voz da sua campanha, Nick Merrill, horas depois de a candidata à Casa Branca, de 68 anos, ter deixado repentinamente o memorial no Ground Zero.
Hillary Clinton foi examinada em sua casa, em Chappaqua, Nova Iorque, pela sua médica. Segundo Lisa Bardack, a antiga secretária de Estado norte-americana está a “recuperar bem”, depois de lhe ter sido diagnosticada uma pneumonia e de ter ficado “muito quente e desidratada” na cerimónia do 11 de Setembro.
“Clinton teve uma tosse relacionada com alergias. Na sexta-feira, depois de a tosse se ter prolongado e evoluído, foi diagnosticada com uma pneumonia”, disse a médica, acrescentando que, nesse sentido, Hillary Clinton foi “colocada a antibióticos eaconselhada a descansar e a mudar a sua agenda“.
Os Estados Unidos assinalaram ontem os 15 anos dos atentados de 11 de setembro com um momento de silêncio no Ground Zero, o local onde se situavam as Torres Gémeas, em Nova Iorque, onde morreram perto de três mil pessoas.
Os candidatos presidenciais Hillary Clinton e Donald Trump interromperam as suas campanhas eleitorais para participarem na cerimónia, juntamente com a polícia e familiares das vítimas.
Os ataques da Al-Qaeda mataram 2.753 pessoas em Nova Iorque, 184 no Pentágono, em Washington, e 40 no voo 93, que caiu num campo na Pensilvânia, depois de passageiros e tripulantes se terem voltado contra os sequestradores.
Dúvidas
O episódio alimenta agora um debate aberto sobre os problemas de saúde da candidata.
Há semanas, diferentes blogs e veículos de comunicação próximos do Partido Republicano, principal adversário dos democratas, têm alegado que Hillary enfrenta problemas de saúde. A suposta fragilidade da ex-secretária de Estado tem sido explorada também pelo candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump.
Em meados de agosto, Trump afirmou que Clinton não tem “força física e mental para lutar contra o Estado Islâmico e muitos adversários que enfrentamos”.
A campanha da candidata democrata, no entanto, acusa os adversários de promover uma “conspiração enlouquecida sobre o seu estado de saúde“.
No entanto, o facto de o diagnóstico de pneumonia ter sido divulgado somente dois dias depois de feito pela médica aumentou as dúvidas sobre as suas condições.
Os republicanos acusam mesmo a campanha democrata de falta de transparência, já que no mês passado a mesma médica que examinou Hillary este domingo afirmou que a candidata apresentava “saúde excelente” e estava “em condições de ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos”.
De acordo com a médica, Hillary conseguiu recuperar totalmente da cirurgia a que foi submetida em 2012 devido a um coágulo sanguíneo.
A saúde do candidato Donald Trump, de 70 anos, também não está totalmente livre de preocupações. Pouco se sabe sobre o seu estado físico: a única informação sobre a saúde do republicano vem de uma carta escrita por um médico durante a corrida eleitoral.
O episódio de domingo pode simplesmente manter Clinton fora da campanha por alguns dias e ser superado, mas pode também fazer com que as pessoas que antes ignoravam os rumores sobre a saúde da candidata passem a observar com mais atenção as suas atividades.
ZAP / Lusa / BBC
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