sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Brincar com o fogo na Caixa (& a partida de Lobo Antunes)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
28 DE OUTUBRO DE 2016
Bom dia!
A consagração de Luís Filipe Vieira como presidente do Benfica foi confirmada por mais de 13 mil sócios. Foram quase dez mil a menos do que na última eleição (ou, querendo ver o copo meio cheio, a sexta eleição mais concorrida do clube).
Na campanha americana, já vão 12 acusações de assédio a Trump. Desta vez foi a antiga Miss Finlândia a fazê-lo: “Penso que ninguém viu, mas eu hesitei e pensei: ‘O que é que se está a passar?”. 
Na Síria, as más notícias repetem-se: a ONU ordenou uma investigação imediata a um novo bombardeamento de uma escola. Um ataque aéreo matou pelo menos 35 pessoas, a maioria das quais crianças.
Já na Venezuela, a horas do início da greve geral de hoje, Nicolás Maduro anunciou uma subida de 40% do salário mínimo nacional. Cuidado: o aumento anunciado é ínfimo se comparado com a inflação galopante no país, que este ano deve atingir os 475%. Neste país, o conflito político atingiu já um ponto crítico - e os analistas temem o pior, conta a Rita Siza.
E que tal uma notícia animadora? Ora aqui vai: os novos Mac substituem algumas teclas por um ecrã táctil. Aqui tem as novidades da Apple.
O tema do dia
A Caixa, ainda a Caixa. Porque António Domingues falou esta noite sobre a necessidade de independência do banco, mas não sobre a polémica em curso. Porque António Costa, ele sim, falou sobre a polémica (empurrando a pressão para o banqueiro e para o Tribunal Constitucional). Porque Carlos César e Centeno não dizem o mesmo sobre o tema. Mas também porque a polémica é sobre o património de Domingues - sendo a lei, acrescenta o Negócios, muito detalhada nas exigências: Domingues terá que mostrar casas, acções e até os barcos que tenha.
Já agora, ainda a Caixa porque o banco vai pagar três milhões por um estudo extraordinário às suas contas (diz o Correio da Manhã); e porque passaram quatro meses e a auditoria decretada pelo Governo não seguiu para o banco. Cá entre nós, eu acho que anda muita gente a brincar com o fogo.
Mas também João Lobo Antunes. Ontem partiu o homem que uniu a ciência e cultura, o neurocirurgião humanista. O Miguel Esteves Cardoso mostrou-se "no meio da multidão que chora a morte" dele; a Maria João deixa-lhe um último "Obrigada, professor!", num texto que nos deixa a chorar. As homenagens foram muitas, nunca as suficientes para uma vida tão rica. Aqui do PÚBLICO, fica também uma homenagem, na forma de Editorial sobre a felicidade.
Atenção especial...
Para o aviso do presidente do Hospital de Santa Maria, em entrevista ao PÚBLICO: “Prefiro ir a tribunal por não cumprir um despacho do que por homicídio”. O despacho é, já agora, o do Governo que mandou travar todas as despesas até ao fim do ano no SNS. 
Para uma outra entrevista a Vítor Gaspar, feita pelo Eco, onde o ex-ministro se mostra preocupado com as dívidas públicas altas (adivinhe de quem estará ele a falar).
Também para a resposta que o Governo dará a Bruxelas. Sabendo nós que Costa não está nada preocupado com as dúvidas da Comissão sobre o Orçamento. E que o presidente do fundo de resgate europeu, esse, não está muito confiante.

Vai um mapa breve pelo resto da actualidade?

Os partidos vão mesmo ter um corte definitivo de subsídios. A votação na Assembleia deixou o PS sozinho ao lado do PAN - mas gerou uma discussão interessante (e interessada).
Mais uma pressão sobre Costa: PCP e Bloco pedem mexidas a sério nas Forças Armadas, mas o Ministério da Defesa diz que não está nada previsto nos próximos tempos, diz o DN.
E uma sobre Passos"Não vou responder nem sim, nem não", diz Rui Rio ao Negócios, quando questionado sobre se será candidato à liderança. Isto horas depois de sabermos que está em preparação um grupo alternativo no partido. Curioso é o que diz Santos Silva, o MNE, ao jornal i: "O PSD é uma oposição firme e coerente".
O Governo pôs a andar novas medidas para travar outra época de grandes incêndios. Passam por mais sapadores florestais; e por autorizar os vizinhos a limpar as florestas do lado; e por ter drones a vigiar florestas, acrescenta o JN.
34 anos depois, Portugal vai ter uma nova exploração mineira. O caso Moncorvo deve ser o primeiro de vários novos projectos, assegura o Governo. 
Hoje é importante...
A Cimeira Ibero-americana, com o Marcelo a preparar-se para fumar um charuto, melhor dizendo, para abrir uma excepção e celebrar Guterres.
Na época de resultados, fique sobretudo atento aos do Caixabank, dono do BPI, e aos da Galp.
Nas livrarias estará o novo livro de Sócrates, que a Maria João Lopes já leu. Aqui vai a crónica dela: "Livro meu, livro meu, haverá alguém mais carismático do que eu?".
E há Benfica e Sporting, já agora: o primeiro contra o Paços de Ferreira, o segundo na Madeira, jogando contra o Nacional.

Só mais um minuto: 

Para lhe boas razões para um dia feliz:
  • Conhecer o português que fotografou a humildade e a simpatia, durante uma longa viagem que quis fazer.
  • Concorrer ao concurso "quem tem a melhor selfie com Marcelo", agora que o Presidente já correu o país todo e tirou fotos com metade da população (uma estimativa à Marcelo, assumidamente).
  • E uma ideia, que deve guardar para mais logo: chama-se Napflix e dá-nos "vídeos aborrecidos para acabarmos com as insónias". Exemplos? Partidas de xadrez com narradores monótonos, lareiras a crepitar durante duas horas ou a mira técnica da BBC ao som de música altamente repetitiva. Já sente a tranquilidade? 
Então é boa hora para me despedir. Como amanhã é fim-de-semana, deixo-lhe o link para o Ípsilon, que anuncia o regresso dos grandes espectáculos de palco; para o Cinecartaz, para escolher a sala onde ir; e para o Guia do Lazer, para que escolha outra coisa, à sua medida. Para cada dia, a cada hora, o que vale sempre a pena é o Inimigo Público - porque não há nada como rir um pedaço, para encher a alma.
Bom fim-de-semana! Até já!
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