sexta-feira, 28 de outubro de 2016

PARAPLÉGICO ATACADO NA ÍNDIA POR NÃO SE LEVANTAR DURANTE O HINO NACIONAL


 
Salil Chaturvedi, poeta indiano agredido por não se ter levantado durante o hino nacional
Salil Chaturvedi, poeta indiano agredido por não se ter levantado durante o hino nacional
Um poeta indiano foi agredido por não se “levantar” durante o hino nacional dentro de um cinema – por ser paraplégico e se deslocar em cadeira de rodas.
Salil Chaturvedi, escritor, ator e ativista dos direitos das pessoas com deficiência na Índia, contou à BBC que foi agredido na nuca por um homem enquanto aguardava o início de um filme dentro de uma sala de cinema em Goa, no sudoeste do país.
O poeta estava com a mulher, Monika, num cinema em Panaji, Goa, quando começou a ser tocado o hino nacional indiano, antes de o filme começar. Todos se evantaram menos Salil Chaturvedi, devido ao seu problema físico.
“É um daqueles em que me sinto excluído por ser o único sentado. É um sentimento inquietante”, relatou à BBC.
No entanto, tudo piorou quando sentiu uma pancada na cabeça vinda da fila de trás, de onde um homem lhe faz um gesto para se levantar.
O incidente tornou-se numa violenta discussão entre a mulher de Salil e o casal, até que estes se aperceberam do erro que cometeram – e pediram desculpas a Salil, apesar da mulher ter continuado a trocar palavras agressivas com Monika.
O incidente aconteceu há meses mas só agora foi revelado, quando Salil Chaturvedi relatou a história ao “Times of India”. Na sua opinião, este episódio de “agressividade nacionalista” tem como pano de fundo o fortalecimento do patriotismo indiano devido ao agravamento do conflito na Caxemira.
A região, localizada na fronteira entre a Índia e o Paquistão, é disputada há décadas pelos dois países.
“Que estava ele a pensar? Que foi um ato irrefletido? O amor pelo seu país (que também é o meu) é tão avassalador que ele não sente nada ao agredir alguém? Como saberia ele se eu não iria ripostar?”, pergunta-se o ativista no artigo assinado na BBC.
“E mais importante: o hino nacional deve ser tocado no cinema?“, questiona Salil Chaturvedi, esperando poder um dia cantar novamente o hino “sem que isso lhe traga más lembranças”.
ZAP / BBC
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