sexta-feira, 28 de outubro de 2016

AFINAL O SEXO FRACO É O MAIS FORTE (E DESDE O BERÇO)


 
Uma equipa de investigadores descobriu que as meninas recém-nascidas apresentam características bioquímicas que as tornam mais fortes do que os meninos na resposta ao stress. E ter filhas também acarreta menos riscos para as mães durante o parto.
As conclusões são de um estudo feito por investigadores da Universidade de Granada, em Espanha, que, em colaboração com o hospital local San Cecilio, estudaram 56 mulheres grávidas saudáveis – 27 deram à luz meninos e 29 tiveram filhas.
Segundo o comunicado dos investigadores, este é o primeiro estudo que “avalia o stress sofrido pela mãe e pela criança recém-nascida durante o período perinatal”, a fase imediatamente anterior e a seguir ao parto.
Os cientistas analisaram amostras de sangue das mães e dos filhos, retiradas das veias e dos cordões umbilicais, depois do parto.
“Os resultados mostram que as meninas lidam com o stress oxidativo e com a inflamação melhor do que os meninos”, salienta-se no citado comunicado que frisa que elas apresentaram “maiores defesas antioxidantes e menos stress oxidativo nas membranas das células do que os bebés rapazes”.
Esta circunstância deve-se ao facto de possuírem “sistemas enzimáticos mais desenvolvidos quando nascem, reduzindo assim os danos causados às células e melhorando o metabolismo celular”, apontam os autores do estudo.
É o mesmo que dizer que as meninas recém-nascidas respondem melhor ao stress do que os meninos.
Além disso, ser mãe de uma menina é também menos agressivo para a mulher do que ter um rapaz.
As grávidas que têm raparigas apresentam “mais defesas anti-oxidantes e menos danos nas bio-moléculas principais” em comparação com as que têm rapazes e “menos processos inflamatórios durante o parto”, constatam os investigadores.
O estudo, publicado no jornal científico Pediatric Research, faz uma associação clara entre o género do recém-nascido e os processos de oxidação e os sinais de inflamação.
Segundo os autores do estudo, Julio José Herrera e Javier Díaz Castro, investigadores do Departamento de Psicologia da Universidade de Granada, “estas descobertas abrem um novo e excitante campo de pesquisa centrado no sexo dos neonatos como um factor de risco para várias alterações funcionais”.
“Estas alterações funcionais têm um grande impacto na sua esperança de vida e no desenvolvimento de futuras patologias”, salientam os investigadores.
“O género dos recém-nascidos determina não apenas como a mãe lida com o processo de parto, mas também a forma como os neonatos confrontam o ambiente hipertóxico que o mundo extra-uterino é”, salienta o estudo.
SV, ZAP
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