O
presidente da Colômbia já reconheceu a vitória do "não" no referendo
sobre o acordo de Paz com a guerrilha das FARC, mas prometeu manter os esforços
para acabar com a guerra de mais de 50 anos.
Os
eleitores colombianos rejeitaram este domingo, em referendo, o acordo de paz do
Governo com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
De
acordo com os resultados oficiais, quando estavam escrutinadas 99,08% das
mesas, 50,24% dos votantes (6.400.516) disseram "não" ao acordo e
49,75% (6.338.473) disseram "sim". Para que a consulta popular seja
válida, é necessário um mínimo de 4.536.992 votos "sim", fasquia que
foi ultrapassada.
O
acordo de paz foi assinado na segunda-feira, em Cartagena das Índias, pelo
Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e pelo "número um" das
FARC, Rodrigo Londoño.
A
pergunta à qual os eleitores tinham que responder, hoje, com um "sim"
ou um "não", era se apoiavam o acordo final para o fim do conflito e
a construção de uma paz estável e duradoura. O acordo de paz, para ser válido,
tinha de ser ratificado em referendo.
O
Governo colombiano admitiu, anteriormente, que não tinha um "plano B"
caso o acordo de paz fosse rejeitado.
"A
maioria disse 'não' ao acordo", afirmou o Presidente colombiano num
discurso difundido pela televisão. Juan Manuel Santos manteve, no entanto, o
objetivo de acabar com o conflito: "Não vou desistir e vou continuar a
procurar a paz até ao último dia do meu mandato", afirmou.
Já
o antigo presidente da Colômbia Alvaro Uribe, forte opositor do texto do acordo
de paz com a guerrilha das FARC, apelou a um "grande pacto nacional"
após a vitória do "Não" no referendo sobre o conflito armado.
"Queremos
contribuir para um grande pacto nacional. Parece-nos fundamental que, em nome
da paz, não sejam colocados em perigo os valores que a tornem possível",
afirmou o antigo chefe de Estado (2002-2010), atualmente senador do Centro
Democrático (direita), numa declaração lida aos jornalistas a partir da sua
propriedade situada em Rionegro, no noroeste da Colômbia.
TSF
/ Lusa
Foto:
jornaldenegocios
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