quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Enquanto Dormia - O que vai mudar nos recibos verdes e nos estágios

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
Vem aí um documentário surpresa sobre Donald Trump. Consegue adivinhar quem é o realizador? O temível Michael Moore.
Trump disse ontem que quer limitar os mandatos políticos nos EUA, isto se for eleito presidente no próximo mês. As últimas horas da campanha, sobretudo as acusações de Donald Trump sobre uma fraude eleitoral, têm aumentado o receio de que o dia eleitoral seja tenso e violento. Já agora, convém explicar que as palavras do candidato não passam no teste do algodão.
Em Mossul, o combate ao Daesh avança com dificuldades. A enviada do Financial Times descreve um cenário complicado, com túneis secretos e minas escondidas a travar o avanço rápido dos militares iraquianos. Se tiver alguns minutos, passe por aqui para localizar o conflito.
Com dificuldades, mas resultados opostos, Sporting e Porto voltaram à Liga dos Campeões. Os de Alvalade ficaram-se pelos sorrisos amarelos, num jogo em mostraram respeitinho a mais; enquanto os dragões fizeram jus à camisola amarela em 20 minutos decisivos. 
O tema do dia...
O Orçamento já tem cinco dias, mas ainda estamos a receber novidades. Desde logo, as novas regras para os recibos verdes. Começando por aqui: os trabalhadores independentes passam a fazer as contribuições para a Segurança Social em função do rendimento médio dos últimos três meses, no máximo, e não em função do ano anterior, como acontecia até agora. 
Em mais uma vitória reclamada pelo Bloco, ficaram decididas outras alterações - que pode consultar aqui, na notícia que ontem o PÚBLICO deu em primeira mão. Estas propostas devem, agora, entrar na discussão do Orçamento na especialidade, para que entrem em vigor no início do ano.
O que vai mudar também são as regras de contratação de jovens e desempregados. O Governo tem pronta uma portaria que reduz os apoios a estas contratações, passando de uma isenção de taxa social única para uma redução desta a metade. A Raquel Martins deixou-nos aqui uma síntese do que mudará, explicando que as contratações a termo deixam de ter qualquer apoio do Estado. As medidas, de todo o modo, terão apoio seguro do Bloco e PCP.
Já não é tão certo é o apoio dos parceiros de esquerda nas questões relativas às pensões. O CDS vai testar a coesão da maioria, levando a votos uma proposta de aumento de 10 euros para todas as pensões, mas o BE e PCP não querem "para já" falar do assunto. Aqui no PÚBLICO, Francisco Louçã também faz um aviso à navegação: "António Costa, cuidado com as pensões em 2017".
E o que é que há mais?
Na nossa manchete, contamos-lhe que a ajuda para reduzir o défice criou tensão no Banco de Portugal. O dividendo a pagar ao Estado subiu muito neste orçamento e é já abertamente criticado dentro do banco central (uma coisa tão rara que nem tenho memória de o ver nos últimos 20 anos). A notícia está aqui - e as perguntas e respostas aqui, para que possa perceber melhor o que está em causa.
Falando de bancos, mas não do banco central, a polémica de ontem foi o salário do novo presidente da CGD. António Domingues vai ganhar isto, e ainda terá direito a uma remuneração variável - e até o PCP defendeu os valores. Não se engane, segundo os dados do Jornal de Negócios, não é muito mais do que Domingues ganhava no BPI, mas é bastante mais do que ganhava o seu antecessor no banco público - e mais do que o presidente do BCP.
Para fechar as polémicas do dia, registe as palavras de Rocha Andrade, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ainda sobre a viagem que fez em apoio à selecção, a convite da Galp: "Todos os membros do Governo carregam uma lista de entidades em relação às quais não devem tomar decisões". A entrevista é do DN, JN e TSF, a nossa síntese destaca a esquerda que o governante vê no Orçamento.
Aqui no PÚBLICO, há uma notícia que merece atenção redobrada: a saída de anestesistas está a adiar cirurgias diariamente no Hospital de São JoãoSão já 11 as baixas registadas, cinco por razões médicas, seis que vão para o sector privado (e mais uma directora clínica que se demitiu). O problema não é local, é mesmo nacional, como explicam a Margarida Gomes e a Alexandra Campos. E é tão grave quanto complexo e foi mote para o nosso Editorial de hoje.
Falando no Porto, passe os olhos pelo nosso trabalho sobre Rui Moreira, o autarca que pode chegar (quase) sem adversário às eleições.
Já em Lisboa, o tema é ainda o da segurança no aeroporto de Lisboa. Diz o DN que as polícias pediram um reforço de segurança, para evitar casos como os que vimos nos últimos meses, de viajantes a invadir a pista. Junta-se a isto um alerta no JN: em 2015 as expulsões de polícias duplicaram (mas a PSP não diz os motivos). 
Para nos deixar a pensar, vale a pena ler a entrevista que fizemos ao director-geral da OIT sobre o que está a mudar no nosso trabalho, dia após dia. Ora veja o título: "A relação entre empregador e empregado existirá daqui a 20 anos?". O ministro Vieira da Silva escreve aqui sobre o tema, que é mote para uma conferência, hoje, em Lisboa, onde eu também estarei.

Hoje é importante

António Guterres vai ter uma primeira reunião informal na ONU, preparando caminho para o mandato que se segue. Esta noite, o português recebeu um telefonema de Barack Obama, felicitando-o (finalmente) pela eleição.
Durante a tarde, a Europa tenta aterrar em Marte sem se espatifar. Se a missão do módulo europeu Schiaparelli for bem-sucedida, terá oito dias para fazer o seu trabalho, antes que a sua energia acabe. Aqui no PÚBLICO, fizemos um belo trabalho sobre esta nossa primeira vez, incluindo a bela contribuição portuguesa para a missão europeia.
Logo à noite temos o regresso do Benfica a Kiev, num jogo importante da Liga dos Campeões. A última vez que as 'águias' passaram por lá foi há 25 anos - e a memória não é a famosa.
Logo, também, vamos seguir o último debate entre Trump e Hillary. A sondagem do Washington Post coloca a senadora confortavelmente à frente do milionário, mas há quem avise que estes dados não são suficientes.

Só mais um minuto... 

Para lhe mostrar esta belíssima reportagem fotográfica, daquelas onde as imagens valem realmente mil palavras. Deixo-lhe o título: em cada canto do mundo, o que é que as mulheres levam na mala para o parto?
Para nos sensibilizar, mas para um drama que ainda está bem presente, atente a este "Floresta Negra", de John Gallo. É um livro de fotografia, é um website, é uma campanha de sensibilização e educação, são exposições, workshops, é um hino à natureza e aos heróis que a protegem. Mas floresta Negra é também um projecto de angariação de fundos.
Hoje deixo-o com esta sugestão, que é também um apelo. E com mais esta pergunta, que tem boa resposta e vem hoje a propósito: comer feijoada é bom para perder peso?
O outro apelo é mais singelo: que ponha um bom sorriso e aproveite o dia. Nós por aqui estaremos, a cada minuto, para lhe fazer companhia e o manter (bem) informado. 
Até já!
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