quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DEPUTADO TIMORENSE QUER MEDIDAS PARA CONTROLAR “DOENÇA” DA INTERNET


 
hackNY / Flickr
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Um deputado timorense apelou ao Governo para que tome medidas imediatas para controlar as páginas da Internet que se tornaram “uma doença para a qual não há comprimidos” e que estão a afetar a “mentalidade da sociedade”.
“É preciso tomar medidas imediatas para travar estas coisas que podem prejudicar a mentalidade da nossa sociedade”, afirmou o deputado Jorge Teme, da Frente Mudança, na sessão do plenário esta terça-feira.
Teme, que foi ministro da Administração Estatal no anterior Governo, considerou que é necessário “controlar” os sítios da Internet “que não têm filtros”, defendendo a aprovação de um “regulamento que regularize o conteúdo da Internet”.
“Esta é uma doença para a qual não parece haver comprimidos”, afirmou.
“Peço ao Governo, através do Ministério de Comunicação, para fazer um rascunho para propor ao Parlamento Nacional para que nós possamos regularizar os conteúdos de informações na Internet”, disse, considerando que “esta tecnologia sofisticada” está a “assassinar o carácter da sociedade”.
Com a expansão do acesso à Internet em Timor-Leste, o uso das redes sociais continua a crescer e hoje algumas dessas plataformas tornaram-se o principal espaço de partilha de informação e de debate, com comentários muitas vezes críticos do Governo e de líderes políticos.
Isto tem suscitado comentários críticos de alguns líderes políticos, tendo já havido pedidos à polícia para investigar portais informativos online.
Em setembro do ano passado, o então diretor nacional da Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC) timorense disse que a instituição levou a cabo uma investigação sobre uma das páginas na Internet mais críticas da liderança política do país.
Hermenegildo da Cruz – que foi exonerado pouco tempo depois por insubordinação – disse que, ele próprio, autorizou os seus investigadores a realizar uma “investigação profunda sobre o website Timor Au Nian Doben“, página que existe desde 2010 e que se tornou nos últimos anos um dos espaços mais críticos do Governo.
Na altura, o primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, garantiu que o Governo não está a estudar qualquer regulação dos media online e lamentou que na Internet continuem a ser feitas acusações sem factos contra membros do Governo.
Rui Araújo sublinhou a dificuldade de fazer esse regulamento e insistiu que não há nenhum projeto sobre a mesa.
/Lusa

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