domingo, 27 de novembro de 2016

EX-FUNCIONÁRIA QUE FAZIA CURADORIA DE NOTÍCIAS ARRASA FACEBOOK


 
O Facebook está atolado até ao pescoço na nova polémica relacionada com notícias falsas veiculadas na rede social, tendo sido acusado de ser um dos principais responsáveis pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
A controvérsia, todavia, começou no início do ano, quando Mark Zuckerberg resolveu despedir toda a equipa que fazia a curadoria de notícias que iam parar aos Trending Topics da rede social.
Desde então, as notícias mais populares que entram nos destaques do site são selecionadas por um algoritmo.
O problema é que muita gente tem conseguido manipular o sistema desde que foi implementado, inserindo notícias falsas, hoaxes e links maliciosos que podem afectar milhões de pessoas em pouquíssimo tempo.
Alguns especialistas chegaram mesmo a dizer que a neutralidade do Facebook estava comprometida e que o site estava a manipular informações políticas.
Embora tenha sempre negado a existência de qualquer problema com o algoritmo e afirmado que a ideia de notícias falsas terem contribuido para a eleição de Trump ser uma “loucura”, uma ex-funcionária responsável pela curadoria de notícias do Facebook resolveu expor o que realmente acontecia dentro da empresa.

“Eles trataram-nos como lixo”

Mythili Sampathkumar e toda a equipa responsável pela curadoria dos Trending Topics do Facebook foram despedidas no início do ano após a implementação do algoritmo. De acordo com a ex-funcionária, tal não aconteceu de forma amigável.
“Eles trataram-nos como lixo porque éramos todos sub-contratados, não tínhamos qualquer orientação, e viam-nos apenas como meros precursores para um algoritmo”, desabafou a antiga funcionária no Twitter.
Ao Gizmodo, Sampathkumar conta que o Facebook foi omisso no apuramento dos factos e preferiu “acobardar-se à pressão da direita e dos anunciantes“, abrindo as portas para a “manada de notícias falsas” que inundaram a rede social poucas semanas antes Donald Trump ter sido eleito presidente dos EUA.
Agora, Zuckerberg e a sua equipa trabalham para apagar a mancha deixada na imagem da rede social. No último fim de semana, o Facebook anunciou sete medidas para acabar com as notícias falsas.
Apesar disso, Sampathkumar criticou a atitude e disse que tudo poderia ter sido evitado “se tivessem tratado a equipa de escritores humanos como… humanos”.
Contudo, agora que o mal está feito, a “humana real” diz que a solução para o problema não é um algoritmo melhor.
“Alguns aspectos do processo de apuramento da realidade não podem ser feitos por computadores gramaticais”, rematou.
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