Onze
militares foram detidos na Venezuela por suspeita de serem os
responsáveis pela morte de 12 pessoas que estavam desparecidas desde
uma operação de combate à delinquência, anunciou no sábado o
Ministério Público.
Os
corpos dessas 12 pessoas, desaparecidas desde outubro, foram
descobertos na sexta-feira e no sábado em diferentes zonas próximas
da localidade de Barlovento, no estado de Miranda, centro do país.
Segundo o Ministério Público, "foram detidas pelos militares
durante uma operação de segurança".
Os
militares vão ser acusados formalmente e o Ministério Público
anunciou que solicitou proteção para as testemunhas ouvidas na
investigação.
O
ministro do Interior e da Justiça, o general Nestor Reverol, afirmou
que as "ações unilaterais e individuais" destes militares
não representam "o espírito" das Forças Armadas. Também
as Forças Armadas expressaram a sua "rejeição categórica"
à atuação dos militares detidos.
Em
julho, a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz,
manifestou preocupação pela crescente insegurança no país e pelo
aumento de denúncias de violações dos Direitos Humanos nas
operações especiais das forças de segurança implementadas no ano
passado pelo Presidente Nicolás Maduro.
"Preocupa-nos
as Operações de Libertação do Povo [OLP] pela quantidade de
denúncias que temos recebido. Temos um alto índice de funcionários
[polícias e militares] processados por violência, por [alegadas
violações dos] Direitos Humanos", disse. "Estamos na
presença de uma insegurança que vem crescendo e isso tem a ver com
os planos que se têm implementado e as OLP", afirmou,
sublinhando que "na medida em que a atuação dos corpos de
segurança é violenta, evidentemente [isso] propicia também
violência".
Segundo
fontes oficiais, houve 17.768 homicídios na Venezuela no ano
passado, 82% deles com armas de fogo. Lançadas em julho de 2015, as
OLP fizeram 245 mortos num ano, segundo a procuradora. As OLP são
operações das forças de segurança venezuelanas para combater a
insegurança no país. Organizações de defesa dos Direitos Humanos
têm denunciado execuções sumárias, detenções arbitrárias e
perseguições ilegais ao abrigo das OLP.
Fonte: CM
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