António
Domingues recebeu "garantias escritas" de que a sua equipa
não teria de apresentar declarações de rendimentos no TC
As
"garantias escritas" que terão sido dadas pelo Ministério
das Finanças ao presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de que
a administração do banco público não teria de apresentar
declarações de rendimentos e de património no Tribunal
Constitucional foram registadas numa troca de e-mails entre as
Finanças e António Domingues, apurou o DN.
Quem
levantou esta questão na quinta-feira à noite, no programa da SIC
Notícias Quadratura do Circulo, foi António Lobo Xavier, que
afirmou que o governo assumiu compromissos com os gestores do banco
público. "Havia uns senhores que tinham belíssimos lugares nos
sítios onde estavam, e onde poderiam estar muito tempo, e foram
desafiados pelo governo para tratar da Caixa. Puseram as suas
condições, como acontece sempre, e foi-lhes prometido, até lhes
foi escrito", referiu o advogado e militante do CDS. Lobo Xavier
não revelou qual a forma "escrita" de que se revestiu esse
comprometimento, mas criticou fortemente o governo, a quem acusou de
se "desresponsabilizar com uma frieza chocante".
Lobo
Xavier, que é administrador do BPI, banco de onde António Domingues
saiu para a presidência da CGD, desmentia assim o governo quando
negou existir um acordo com a administração do banco público. Foi
o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno
Santos, em entrevista ao DN, a dar a garantia de que o governo não
tinha assumido esse compromisso.
Ontem,
na sequência das declarações de Lobo Xavier, o grupo parlamentar
do CDS enviou uma pergunta ao primeiro-ministro em que o questiona
sobre "a existência de um acordo, escrito ou verbal,
nomeadamente através de confirmação por e-mail, com o presidente
(na altura designado) da CGD em relação à não entrega das
declarações de rendimentos?"
Nessa
pergunta, os deputados centristas frisam "a importância
fulcral" do princípio da transparência no exercício de cargos
em empresas públicas, mas ainda mais quando se trata da Caixa Geral
de Depósitos.
Recordam
ainda as declarações do ministro das Finanças, a 27 de outubro,
de que não seria necessário escrutínio público porque "os
portugueses têm-no por via do governo, do Estado, que os representa
nesta dimensão".
António
Costa sempre mostrou incómodo com este assunto.
O
primeiro-ministro repetiu várias vezes que os administradores da CGD
entregarem ou não a declaração de rendimentos e património
"respeita" aos próprios - mesmo já depois de o Presidente
da República ter tomado posição sobre o assunto numa nota no site
oficial de Belém, e antes de o Tribunal Constitucional ter
notificado os administradores da CGD para apresentarem as referidas
declarações. Marcelo foi taxativo a dizer que essa entrega era
obrigatória.
Ontem
foi a vez de o titular da pasta das Finanças ser evasivo quando
questionado sobre a existência de um eventual acordo por escrito
entre o governo e o presidente da Caixa Geral de Depósitos sobre
declarações de rendimentos. Mário Centeno afirmou que "o
único compromisso" do governo em relação à Caixa em Portugal
"é o de que se manterá um banco público, capitalizado de
maneira a poder desempenhar o papel que tem no sistema financeiro e
na economia portuguesa e um banco que seja competitivo".
"Esse
é o compromisso, foi assumido de forma muito explícita interna e
externamente. É esse o único compromisso que temos neste momento
assumido em relação à Caixa Geral de Depósitos", disse.
DN
/ Lusa
Foto:
TSF
Comentário: continuamos a ter uma espécie de seres celestiais neste mísero País, onde a pobreza entra pelos nossos adentro, e todos olham para o lado como se nada lhe dissesse respeito.
Estes sujeitos que integram o grupo da CGD devia corar de vergonha pelos ordenados chorudos que lhe está a ser entregues, e não tanto pelo seu merecimento.
Num País em que milhares de crianças nem sequer têm o básico para comer quando vão para a escola, aqueles seres mortais movem-se por aí de pança cheia com a sua superioridade.
Por só essa razão os depositantes deviam retirar de lá as suas economias. Outra questão se levanta: vamos depositar o dinheiro aonde? Onde está o um banco que seja merecedor da nossa confiança? Não existe um só que seja. Assim vai este País de gente chico esperto.
J. Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário