Entre os arguidos está um médico indiciado por dois crimes de homicídio negligente, que fica suspenso de funções.
Os
sete militares arguidos no caso da morte de dois comandos vão
aguardar o desenrolar do processo em liberdade, com a medida de
coacção de termo de identidade e residência (TIR).
Entre
os arguidos está um médico, que fica indiciado por dois crimes de
homicídio negligente. Além do TIR, Miguel Onofre da Maia Domingues
fica suspenso de funções no Regimento de Comandos e em outras
unidades de saúde militares.
Os
arguidos Ricardo Miguel dos Reis Rodrigues, Nuno Miguel Jesus Pinto,
Hugo Miguel de Almeida Pereira, Miguel Cândido Pereira Espinha
Domingos de Almeida estão indiciados pela prática de um crime de
ofensas à integridade física graves negligentes e ficaram apenas
sujeitos a TIR.
Os
sete militares tinham sido detidos para interrogatório na
quinta-feira e foram ouvidos esta sexta-feira no Campus da Justiça,
em Lisboa.
O
Minitério Público pedia a prisão preventiva dos sete arguidos
(cinco oficiais e dois sargentos), argumentando que agiram com "ódio
patológico" e com desprezo pelos instruentos do curso de
Comandos.
Os
militares Hugo Abreu e Dylan Silva morreram na sequência do treino
do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de
Setúbal, que decorreu no dia 4 de Setembro, e vários outros
receberam assistência hospitalar.
Segundo
o Ministério Público (MP), a natureza dos crimes e a actuação dos
suspeitos revelam personalidades deformadas, (...) com vista a criar
um ambiente de intimidação e de terror, bem como sofrimento físico
e psicológico nos ofendidos, sujeitando-os a tratamento não
compatível com a natureza humana".
Para
o MP, os envolvidos tinham conhecimento que com as elevadas
temperaturas que se faziam sentir e a privação de água, os
instruendos não estavam em condições físicas e psíquicas de
prosseguir a instrução.
No
entender do MP, a actuação reiterada dos suspeitos revela um
manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocam nas
vítimas, tratando os instruendos como pessoas descartáveis.
rr.sapo.pt
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