Uma bebé com pouco mais de dois meses, que nasceu com um problema cardíaco grave, foi recentemente transplantado ao coração no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, sendo a criança mais nova a submeter-se a esta intervenção em Portugal.
A
cirurgia realizou-se há cerca de dois meses no Hospital de Santa
Marta, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), e
foi a solução para uma cardiomiopatia (doença dos músculos de
coração) que tinha sido detetada na bebé, ainda durante a
gravidez.
A
bebé, oriunda do Porto, nasceu prematura e esteve hospitalizada
desde que nasceu. Foi transplantada com 70 dias de vida, quando tinha
2,3 quilos.
O
médico José Fragata, responsável da cirurgia cardiotorácica do
Hospital de Santa Marta, disse à agência Lusa que a criança foi
transferida para esta unidade de saúde, após o pedido de um
hospital do Porto para lhe ser colocado um coração artificial.
O
Hospital de Santa Marta foi pioneiro na colocação deste aparelho
que permite ao doente estar vivo enquanto aguarda por um coração
transplantado, tendo, em 2013, sido implantado este dispositivo num
bebé de três meses e meio, a mais pequena criança a submeter-se a
tal intervenção.
Porém,
há cerca de dois meses, quando a bebé chegou ao Hospital de Santa
Marta, chegou também um coração de dador, pelo que já não foi
necessário o implante do coração artificial.
Sobre
o transplante, o médico José Fragata referiu as dificuldades
inerentes ao tamanho da criança: "Tudo é mais delicado, do
trabalho anestésico ao cirúrgico, bem como o seguimento da criança
após a cirurgia".
Após
a operação, que durou cerca de três horas, a bebé recebeu de todo
o corpo clínico do hospital a atenção necessária a alguém tão
pequeno e que, devido aos procedimentos relacionados com o
transplante, está numa situação mais frágil.
José
Fragata sublinha que é sinal de sucesso uma bebé tão pequena estar
viva e com um coração a bater.
Nestes
casos, recordou, as crianças beneficiam de uma janela imunológica
que conta a seu favor e que se deve ao facto de estarem "virgens,
apenas com a informação de base", e sem o impacto da exposição
aos vários elementos.
Sobre
o pioneirismo de um transplante numa criança tão pequena, José
Fragata considerou-o "mais um passo na ousadia do
desenvolvimento".
Lusa
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