quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Já há manifestações anti-Trump (& o território desconhecido onde entrámos)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do público
10 DE NOVEMBRO DE 2016

Bom dia, 
A primeira noite foi de contestação. Alguns milhares de americanos saíram às ruas levantando cartazes dizendo "Not my President" (houve, aliás, vários detidos). As manifestações aconteceram horas depois de Trump se ter declarado líder de todos os americanos - e de ter apagado a expulsão de muçulmanos da sua lista de promessas na página candidatura. E sabendo-se já que Hillary acabou com mais votos do que o adversário, reacendendo uma velha discussão sobre o sistema eleitoral.
A verdade é que, com a eleição de Trump, entrámos em território desconhecido. Aqui está o guia possível para não se perder nele:
Outras notícias do dia
Pedro Dias, o ex-fugitivo, deu uma entrevista ao Diário de Coimbra, onde lança suspeitas sobre a GNR e garante ter provas de que há "equívocos" nesta história. O Correio da Manhã diz que o suspeito recusou dar amostras do seu ADN ("um direito", diz a sua advogada, assim como será um direito - questionável - a sua opção pela rendição em directo). Facto é que a PJ vigiava há uma semana a casa onde ele se entregou em Arouca, que é a escola de uma professora, detida por alegadamente o ajudar a esconder-se. Naquele local, anote, Pedro é visto como um... gentleman.
António Domingues, o silencioso, foi chamado a Belém - com Marcelo a medir o que fará o presidente da Caixa, agora que o TC o intimou a entregar as declarações de património. Uma nota adicional: o Jornal de Negóciosacrescenta esta manhã que Marcelo quer que Domingues assegure a recapitalização da CGD antes de responder ao tribunal (o que, cá para nós, parece indiciar que Marcelo já sabe como a novela vai acabar).
Quem saiu do silêncio foi Rui Rio: numa entrevista ao DN, Rio diz que sim, que poderá ser candidato ao PSD se Passos não se afirmar... até 2018. Mas também fala da CGD (para criticar o Governo) e da "situação de pré-falência que o capitalismo está a viver" (sic).
No BCP, a Sonangol e a Fosun estão alinhadas numa estratégia: manter o equilíbrio de poder no banco. Já as contas, estão a negativo.
Menos alinhados estão Centeno e a Comissão: se Bruxelas revê em baixa o crescimento e estima que o défice deste ano vai ficar nos 2,7%, o Terreiro do Paço diz que não percebe porquê. A notícia teria sido bem audível, se não estivéssemos num dia Trump, até porque estamos a dias da avaliação sobre o Orçamento de 2017. Mas, é verdade, teriam também sido mais visíveis as boas notícias do emprego e exportações. Costa, o optimista, diz que é tudo positivo.
O que não é boa nem má notícia é este número: temos ainda 300 mil jovens "nem-nem", que não estudam nem trabalham. Por um lado, o número está a descer, por outro, é a ritmo lento.
Hoje acontece
Os acordos PS/BE/PCP/Verdes fazem um ano. A agenda diz-nos que não há comemorações, mas o PÚBLICO deixou aos partidos um lembrete da agenda perdida
Os EUA vão ao mercado, numa emissão de dívida um pouco mais arriscada do que o habitual: ontem, no primeiro dia da era Trump, a yields da dívida a 10 anos dispararam (ao contrário do Dow Jones, que acabou estável).
Termina a Web Summit, ontem marcada pelas reacções à eleição de Trump. Quem tem presença marcada é, claro, o Presidente Marcelo.

Só mais um minuto

O próximo Tarantino vem dos media digitais como o Buzzfeed. É o que diz o produtor de Pulp Fiction à Joana Amaral Cardoso. Se gostar de séries e de televisão, tem mesmo de ler.
Quem anda a ver filmes a mais é o ministro do Ambiente: disse que a culpa da enchente de terça-feira no Metro foi de... Mark Zuckerberg. Mas enganou-se na referência ao Facebook
Se Trump vai ser um filme, Lisboa respondeu com um cartaz. Na despedida da Web Summit, os congressistas vão poder vê-lo bem.
Por hoje despeço-me, com um sorriso de orelha a orelha - a melhor maneira de entrar em território desconhecido. O que é bem conhecido é este sítio, onde a toda a hora o vamos mantendo informado sobre o que se passa em Portugal e no mundo. Passe por nós, aqui não há muros que nos separem.
Até já!
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