quinta-feira, 10 de novembro de 2016

PORQUÊ TRUMP PARA PRESIDENTE?

Leopoldo Baio, Luanda
Esta é a pergunta que vale milhares de Dólares Americanos e pode não se calar nas expressões de muitos seres pensantes, porque formatados pela lógica da Democracia Representativa Americana exportada para o mundo como o modelo mais bem acabado do exercício do “Poder Popular”, aliás a Democracia é exatamente isso, uma outra versão do Comunismo; olvidaram-se da simples lógica dos interesses globais da Aristocracia Financeira Mundial enraizada na dicotomia republicano-democrata do poder Americano.

Uma lógica que assenta nos interesses financeiros de dois lobbies: o Democrata, ligado aos minerais e o Republicano ao petróleo e à Indústria Armamentista. Aliás foi essa a lógica que defendi em 2004, em Havana-Cuba, quando em companhia do meu amigo “Martinho Júnior”, participamos como convidados ao III Encontro Internacional de Correspondentes de Guerra.

Na altura, sob o olhar incrédulo de personalidades jornalísticas de várias latitudes do mundo, defendíamos que a lógica do poder americano não nos aconselhava a dar como certa uma vitória do democrata John Kerr, naquela fase em que a Indústria Armamentista alimentava a guerra do petróleo no Iraque.

Uma análise que se apresentava contrária às sondagens, que, com menos de 30 dias para as eleições americanas que conduziram George W Bush para o seu segundo mandato, muito por conta da famosa votação na Florida onde seu irmão era Governador, dava clara vantagem ao candidato democrata. 

Incompreendidos na altura, tal intervenção valeu-nos um convite para dissertar sobre o assunto no programa Mesa Redonda, da Televisão Cubana (com considerável audiência em Miami), porque o tema por nós proposto “As Guerras Esquecidas de Africa” expunha duas análises sistémicas das intensidades dos conflitos mundiais conforme Democratas ou Republicanos estivessem no poder nos Estados Unidos da América, assistindo-se ao empoderamento do loobie dos minerais dos democratas e consequente baixa de intensidade dos conflitos entre o Israel e a Palestina, a ascensão e estabilidade de países cuja economia assenta na exploração de minerais (realce-se a África Sub-sariana com a África do Sul na base da pirâmide) e consequente valorização no mercado dos produtos minerais, enquanto que com os republicanos são notórios o aumento de conflitos em zonas estratégicas de produção de petróleo, satisfazendo, por arrasto, a Indústria do Armamento.

Se esses fortes interesses reelegeram “fraudulentamente” Bush, não nos estranha que o venham a fazer nestas eleições com Donald Trump, porque na lógica da américa “rural” onde os negócios se sobrepõem à política (política é isso mesmo), não é crível que se percam mais cinco anos sem lucros para a Indústria do armamento, que se alimenta dos conflitos normalmente ateados pelos republicanos e do petróleo, cujo peço tende a subir em função dos interesses conexos.

Estando o cenário montado, com o Director do FBI (um Jurista Republicano) a despoletar a famosa surpresa de Outubro, baseada na reabertura das investigações ao caso dos emails da candidata Hilary Clinton a menos de dez dias das eleições, as incertezas e as dúvidas podem proporcionar mais uma fraude, em que se converteram todas as eleições americanas, porquanto não se pautam pela lógica de um homem – um voto remetendo as decisões para os chamados Colégios Eleitorais, que, verdade se diga, são pouco escrutináveis.

Aqui chegados, discordando com os que defendem ser a democracia americana o processo mais bem acabado do exercício do “poder popular” e de soberania, mesmo com os contrapoderes corporizados no denominado chek Balance, não acredito que a vitória da senhora Clinton esteja garantida.

As eleições nos Estados Unidos vão ser, certamente, uma verdadeira TRAMPAGEM.

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