segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"Telenovela CGD". Declarar ou não declarar, eis a questão

A unanimidade é até alargada: mas entre administradores haverá quem se mostre indisponível. O prazo, esse, continua a contar.

Há já semanas que a CGD está no centro da agenda política e mediática. E apesar da unanimidade, continua a não haver decisão: até dia 9 de dezembro, os gestores da CGD terão de apresentar a declaração de rendimentos e património. Falta saber se o farão.
A opinião de Marcelo Rebelo de Sousa permitiu algo incomum em Portugal: tanto partidos no Parlamento, da Esquerda à Direita, como a própria Presidência se mostraram favoráveis à apresentação de rendimentos. Por fim, o próprio Constitucional afinou pelo mesmo diapasão.
Enquanto não há novidades dos próprios gestores – e segundo o Diário de Notícias, há reunião já na quinta-feira entre os gestores, uma que poderá ser decisiva –, as posições vão continuando a ser demarcadas.
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou no fim de semana que a polémica com as declarações de rendimentos da nova administração da CGD é uma "novela que nunca devia ter começado" e defendeu que "quem não deve não teme".
Já Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, diz que a administração da Caixa tem de apresentar as suas declarações ao Tribunal Constitucional. “Se não o fizer, não tem condições para continuar".
O Governo PS tem assim uma ‘bota para descalçar’, sabendo que há a hipótese de haver administradores que aceitem as regras, entreguem declarações e fiquem, enquanto outros estejam a pensar sair. Certo é que se o próprio António Domingues se recusar, não será de estranhar que a maioria dos eventuais administradores do banco público opte por decisão igual.
No entretanto, o tema permite ao PSD manter críticas em duas frentes: aos administradores e ao próprio Executivo.
Marques Mendes, no seu espaço de comentário semanal na SIC, admitiu que “já não há paciência para esta telenovela” e que “ou [os administradores) apresentam declarações ou desamparem a loja”.
Já sobre o Executivo, o principal alvo das criticas é Mário Centeno, que estará “muito fragilizado”, na perspetiva de Marques Mendes.
Também António Costa voltou a realçar que "o Tribunal Constitucional é a entidade competente para dizer quais são os deveres que existem".
Passos Coelho, por sua vez, acusou o Governo de querer "lavar as mãos" desta polémica. "Foi o Governo e o primeiro-ministro que fizeram a lei e convidaram a administração, não pode agora lavar as mãos e dizer que isso é com a Justiça. Isso é com ele, é com o Governo, não pode ser de outra maneira", defendeu o líder do PSD.
Fonte:noticiasaominuto

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