Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto do Público
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Bom dia.
Enquanto dormíamos, a Adele ganhou a noite: na entrega dos Grammys ficou com os melhores prémios e teve a simpatia de os dedicar a Beyoncé, que é a derrotada da noite. Convém destacar mais dois detalhes: a bonita homenagem a David Bowie e a história de André Anjos, o produtor português que também levou um Grammy para casa.
Umas horas antes, já tinham sido entregues os Bafta (o equivalente britânico aos Óscares). Aí o destaque foi para o musical La La Land, que apesar do sucesso não conseguiu o vendaval que alguns desejavam (e outros temiam).
Para lançar o dia de hoje,
um bom princípio será a entrevista a Cristina Casalinho. A gestora do IGCP é a responsável por garantir que Portugal se consegue financiar nos mercados internacionais, tendo por isso um olhar privilegiado sobre a situação económica do país - por isso é tão importante que considere que juros de 4% “são aceitáveis”.
Já que comecei pela política monetária, continuo por aí, assinalando que o Banco de Portugal é dos poucos a nível europeu que não reduziu o número de funcionários desde que o Banco Central Europeu ficou com parte das competências que eram suas.
Também vai ser notícia o caso dos Vistos Gold que implica o ex-ministro Miguel Macedo e que começa hoje a ser julgado em Lisboa.
A mudança que o PCP propõe no IRS em relação aos pais separados também vai ser alvo de discussão.
Hoje é o Dia Internacional do Preservativo, como recorda o Diário de Notícias, contando que em 2016 se distribuíram mais 57% nas escolas.
E o Eco faz o retrato ao novo gestor do AICEP, Luís Filipe de Castro Henriques.
No dia que Donald Trump recebe Justin Trudeau e se dá um confronto de gerações, mundividências e posturas políticas, também é bom ler a opinião de Rui Tavares, que considera que a locomotiva americana já descarrilou
E atenção à barragem em risco de colapso no norte da Califórnia, que está a obrigar a evacuar de emergência mais de 180 mil pessoas.
Com mais calma,
fugindo à agenda mediática, seguem três leituras que fogem da estrita noção de atualidade noticiosa e que também dizem muito do mundo em que vivemos:
A luta política e teológica no Vaticano está cada vez mais interessante de seguir: de um lado Raymond Burke, do outro o Papa Francisco, como aqui resume a Ana Fonseca Pereira.
A história contada pela Joana Gorjão Henriques de um inspector do SEF que explorava imigrantes, recusando pagar-lhes pelos trabalhos para os quais as contratava.
Recomendo também ler a Teresa Firmino a explicar como é que as plantas carnívoras conseguem digerir as presas
De ontem,
como foi domingo a atenção às notícias foi menor, vale a pena recordar temas importantes:
Pablo Iglesias venceu o congresso do Podemos e por isso Espanha continuará a ter uma força política empenhada em contrariar o poder pela via da extrema-esquerda.
Os suíços facilitaram, em referendo, a naturalização da terceira geração de imigrantes, contrariando as oposições nacionalistas - e facilitando também a vida a vários luso-descendentes.
Os romenos não perdoam nas ruas, continuando os protestos contra o Governo apesar de já terem conquistado a suspensão do decreto que despenalizava a corrupção.
Do fim de semana vem ainda o excelente perfil escrito pela Teresa de Sousa sobre Emmanuel Macron, que é o candidato onde cada vez mais se concentram as esperanças de quem não quer ver Marine Le Pen na presidência francesa.
E ontem publicamos também no P2 um texto de António Araújo que pode bem ter sido o ensaio definitivo sobre os mistérios sociais e religiosos dos milagres de Fátima.
Para lá do imediato,
ficam também três sugestões boas do fim de semana de leituras (são em inglês, mas alguns leitores apreciarão o cosmopolitismo):
A Economist assassina a estratégia bipolar de Donald Trump que quer formatar a aproximação a Vladimir Putin.
A revista Wired dedica a capa e grande parte do número de março às notícias - com um enorme trabalho sobre o New York Times e o futuro do jornalismo sob Donald Trump
Da Aeon, uma revista digital de ensaios, fica a recomendação de um artigo sobre a importância - genética e social - da diversidade racial para o futuro da humanidade. É uma leitura que vai contra a corrente do momento político cujo discurso dominante ataca a diversidade e a globalização.
Amanhã a Enquanto Dormia volta ao normal, com a curadoria sabedora do David Dinis. Estamos todos, todos os dias e a toda a hora, a trabalhar a informação para si. No sítio do costume.
Até já.
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