sexta-feira, 3 de março de 2017

NEOCOLONIALISMO EM BRANDOS COSTUMES E DOIS EPISÓDIOS

(Segundo os “termómetros teatrais” do Martinho Júnior)
1º EPISÓDIO (“PASSIVO E APASSIVANTE”)

Martinho Júnior, Luanda  

O Primeiro-Ministro português é a primeira vítima, (segundo sua própria, “exclusiva” e redutora interpretação), do “aperto” proporcionado pelo fato formatado (?) duma Constituição que ao-fim-e-ao-cabo, para satisfazer a “maioridade” cínica e hipócrita da União Europeia, da NATO, dos interesses dos Estados Unidos nos Açores e dos da enfezada burguesia portuguesa meio-falida, meio mascarada em brios de fé e império (mas piedosamente portadora de “brandos costumes”) impõe-lhe, a cavalo nas crises e na post-austeridade, a vestimenta dum surrealista “colete-de-forças” com a separação dos poderes formais!

O primeiro desses poderes “separados” e para o Primeiro-Ministro português impossíveis de vencer (estarão de costas voltadas uns contra os outros?), é o do Presidente da República, o segundo, o da Assembleia da República, o terceiro, é o do aparelho da douta Justiça e, finalmente, o quarto, o da breguilha do Governo!…

… Desgraçadamente todavia e a crer na pública vitimização do seu ego, o Primeiro-Ministro português não pode descoser, em nome das liberdades limitadíssimas que tem no quadro dessa malfadada Constituição, as heterogéneas mangas do poder informal que é o quinto poder, (os média das grandes referências tácitas) de tão manipulado que esse poder está sob a capa da liberdade (que o diga o Bilderberg de cada ano)...

Os resultados acabados de todas as partes visíveis e invisíveis dessas costuras tecidas na sombra pela grande alfaiataria produtora dessa “Constituição anticristo” (a crer na própria interpretação do Primeiro-Ministro) e o trabalho abnegado dos seus servis alfaiates neoliberais, (particularmente na afã de coser para Angola) visam a todo o custo aprontar outro “colete-de-forças” a um pretenso“corpo inerte”, sem qualquer preconceito nas linhas que estão a utilizar nas costuras “extra território”, nem nos químicos que impregnam o tecido que foi previamente escolhido para essa premeditada asfixia de última hora, aproveitando a tentação da nebulosa terapia neoliberal…

2º EPISÓDIO (“ACTIVO E ACTIVANTE”)

Ao mesmo tempo que a vítima-intérprete faz pronunciamentos de tão execráveis quão impotentes limitações que a ele são impostas pelo fato constitucional supostamente do seu país, (que para o coitadinho não passa dum inusitado “colete-de-forças”), os longos braços e ouvidos dos Serviços de Inteligência portugueses, que pelos vistos constituem outro poder fora de controlo tal & qual a“imprensa livre”, o sexto poder com “sexto sentido”, procura anestesiar e injectar com selecionados“químicos”, os tecidos do “colete-de-forças” preparado para o dilecto corpo “extra território” que a todo o custo se pretende “inerte” e completamente à disposição para o que der e convier, pelo muito lucro que decerto vai dar quando ficar definitivamente morto!

A injecção “química” (pasme-se pois estamos em Angola no início de mais um ano escolar), está já a ser “suavemente” aplicada não só no tecido do “colete-de-forças” que se está a impingir, mas também nas nervuras mais sensíveis da própria Educação angolana pretensamente m vias de falecimento, quiçá procurando pôr desde logo dormente o seu cérebro!

Os produtos “químicos” injectados são, (entre outros ainda por inventariar): a Porto Editora (que em Angola é tida como “Plural”) e a sua concorrente que só podia ser também portuguesa, a“Texto”, que assim se colocam no estigma dum “incontornável” neocolonialismo… em brandos costumes.

Está já a ser possível vestir a Angola esse injectado “colete-de-forças”:  

1. Estão colocados no devassado mercado angolano, livros de geografia sem aprovação do propositadamente eclipsado conselho cientifico angolano e sem sombra dum concurso público, por minimamente sério que ele seja;

2. Estão ainda colocados nesse mercado tornado ultra liberalizado, livros de todas as disciplinas da primária e secundária abusivamente recomendados às escolas, sem escusadas contemplações e com venda assegurada a bel-prazer até nas “grandes superfícies”, com o agenciamento de entidades de nível e ao nível, que vão engrossando os negócios e os lucros em Portugal e em Angola, de forma a melhor alinhavar as costuras e texturas com que estão a vestir o antecipadamente pressuposto“cadáver” preso no já corrente “colete-de-forças” que se lhe está a vestir!...

É mesmo um pré-aviso para um cadáver meio anunciado!

NOTA TEATRAL SEM BASTIDORES

O estado angolano, em nome do povo angolano, deve rever seriamente e por via de patriotas e não de mercenários, antes de qualquer abordagem bilateral, o contencioso “geográfico” Angola-Portugal no que à Educação diz respeito, pois do lado do Trópico de Câncer, o “sexto sentido” do sul tem muito trabalho a fazer sobre as “radiografias” das costuras e dos “químicos” dos tecidos do “colete-de-forças” que querem ab partir de Portugal impingir: pode-se desde logo começar por verificar quem está a ficar rico em Portugal e em Angola, à custa da Educação, pois a consciência dos justos diz que não pode ser algo que possa ser feito em prejuízo da juventude, do povo e do estado angolano!

Dessa inicial “geografia” pode depois o “sexto sentido” angolano avaliar o que se passa com todos os livros da primária e da secundária editados em cerca de 90% do mercado escolar angolano a partir de Portugal pela “Plural” e pela “Texto”, para depois tentar avaliar o porquê dessa situação asfixiante, pois o Primeiro-Ministro português, de tão limitado que está… a esses brandos costumes vai mesmo dizer nada!... 

Ilustrações:
O limitadíssimo e sacrificado Primeiro-Ministro português e os livros de geografia do “colete-de-forças” conforme as linhas com que cose o alfaiate do neocolonialismo português… em brandos costumes!

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