sexta-feira, 3 de março de 2017

Plano falhado para o Novo Banco/ BES outra vez/ O Público a fazer anos

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Na América, o procurador afasta-se de uma investigação. Jeff Sessions foi acusado de manter contactos com embaixador russo durante a campanha. Negou que tenha falado sobre a campanha eleitoral, mas pediu escusa da investigação que supervisionava.
De Hollywood veio uma revelação sobre os Óscares: o auditor que trocou os envelopes terá proposto um sketch durante a cerimónia, mas ninguém o deixou fazer (até ao erro).
Em Londres, Theresa May resistiu aos Lordes: nem há alteração à lei do "Brexit", nem mudança de calendário.
Em Espanha, Fernando Torres deu-nos um susto: o jogador do Atlético de Madrid caiu inanimado no jogo contra o Deportivo, depois de um choque com um adversário. Os colegas salvaram o avançado, mas o susto já passou.
Morreu uma das lendas do futebol. Muitos já não se lembrarão dele, mas Raymond Kopa foi um dos maiores de França e também do Real Madrid.

As notícias do dia 

Um plano falhado para o Novo Bancoo Governo estudou a divisão banco entre a CGD e o BCP, conta-nos em primeira mão a Cristina Ferreira, acrescentando também por que é que o plano falhou. Duas pistas: a complexidade da solução e um banqueiro chamado António Domingues. E agora, que se faz ao banco? Tudo está na mão de Bruxelas, sendo que há duas opções em aberto (e aqui é a São José Almeida que explica).
Metade dos 10 mil milhões para offshores terão vindo do BES, conta o Jornal Económico - acrescentando dados a uma notícia do CM, mas seguindo também as pistas que Rocha Andrade deixou no Parlamento. Aqui no PÚBLICO, o que conseguimos confirmar foi que quase todas as transferências partiram de empresas - e quase tudo seguiu para contas de outrem. No plano político, abriu-se um "caso Núncio" no CDS - que tenta apontar ao Governo uma mira tremida. A esquerda vai anunciando mexidas na lei: vai acabar com pagamentos em dinheiro acima de três mil euros, diz o Negócios.  
O BES voltou para assombrar Carlos Costa. Ou melhor, para o PS assombrar Carlos Costa: a actuação do Banco de Portugal no BES “foi uma falha muito significativa”, disse Carlos César, deixando uma dúvida no ar. Juntando mais uma peça política ao puzzleo Governo voltou a dizer não ao governador - aqui por causa dos novos administradores que estão por nomear (se carregar no link, verá como esta história de poder e influência está a minar mais ainda as relações entre Governo e Banco de Portugal). A título de opinião, eu chamo-lhe "o cerco ao castelo" (dos reguladores e supervisores).
A propósito, parece que há meio mundo zangado com Teodora. A Marcelo juntou-se o PCP, mas também António Costa. Mas quem é que falou de milagre?, sr. Presidente?
Marcelo deu uma ajudinha à Caixa. O Presidente elogiou a "administração de excelência" da CGD e disse que a recapitalização do banco público está “muito bem encaminhada". E Paulo Macedo aproveitou para pedir "menos ruído" aos partidos. No Parlamento, o ruído era tanto que aparentemente ninguém ouviu: afinal, os emails de Domingues serão consultados, mas não admitidos. Confuso?
O super-juiz Carlos Alexandre também teve uma ajudinha. O procurador suspeito de corrupção emprestou-lhe dez mil euros, conta a Ana Henriques.
A EDP nem precisou de a pedir: dois programas do Governo permitiram à empresa pagar dívidas e reavaliar activos.
Mas o TC bem precisava de outra (ajudinha): diz o documento entregue por Costa Andrade aos deputados que é preciso mais meios e mais poderes para Entidade das Contas. Com o alerta, parece que se lembraram agora de rever a lei do financiamento dos partidos. Espera-se que não seja ao ritmo da revisão das leis da transparência, nem das nomeações que têm de passar pela CRESAP.
Vêm aí mudanças nos impostoso IMI vai passar a ser avaliado pelas câmaras, conta o Negócios.
Os pais de Lisboa pediram "calma" ao ministro da Educação. As alterações curriculares anunciadas não os estão a deixar descansados. Mas há outros pais que vão ter uma boa notícia: são os pais estudantes, que passam a ter os mesmos direitos do que as mães.
Boa nova é a que nos conta o presidente da BialPortugal já exporta mais produtos de saúde do que vinhos ou cortiça. E esta, heim?

Coisas boas para aproveitar  

A Gulbenkian vai mostrar mais o que tem. E quer ter a "colecção moderna sempre à vista". O novo modelo de programação do Museu já está em prática e a Lucinda Canelas explica como fazer para o aproveitar melhor.
Levaram o Ruanda e a Síria ao palco do Teatro. Dorothée Munyaneza tinha 11 anos quando viu o Ruanda a encher-se de cadáveres na rua, à porta de casa dela. Mithkal Alzghair tinha 29 quando viu a Síria pela última vez. Ambos contam as suas histórias de guerra e de exílio nos espectáculos que este fim-de-semana levam ao Porto. Aqui é a Inês Nadais quem afasta a cortina, para espreitarmos um pouco.
No regresso às canções, Dulce Pontes é peregrina. Do furor do grito à acalmia, o caminho proposto por Dulce Pontes no seu novo disco sugere um percurso por vários estados de alma. Nome? Peregrinação. Chega dia 6 às lojas e dia 10 ao palco do Tivoli BBVA, em Lisboa. Ora conta lá, Nuno Pacheco.
A nossa história em fotografias. O trabalho de Alfredo Cunha, o repórter fotográfico que não pára quieto, vai estar à vista de todos na Cordoaria, a partir de hoje. O Sérgio já tinha tirado o retrato à exposição.
E ainda há o cinema, para estes dias de chuva. Basta um minuto aqui e ficará a conhecer as estreias da semana.

Hoje na agenda
  • No caso offshore, o Parlamento ouve dois ex-directores-gerais do Fisco. A seguir ao almoço.
  • Nos tribunais temos as alegações dos recursos apresentados no âmbito do processo "Face Oculta".
  • No Sporting, termina a campanha eleitoral para a presidência. As eleições são amanhã.
  • Começa o Campeonato da Europa de Pista Coberta, com a equipa portuguesa a tentar um salto para o pódio

Só um minuto...  

(Ou talvez oito). Sabia que um lisboeta tem de trabalhar 8 minutos para pagar um pequeno-almoço? Os dados da Bloomberg mostram que há bem pior do que isto, mundo fora.
E agora lembrei-me desta: Tom Hanks ofereceu uma máquina de café para os jornalistas continuarem "a lutar pela verdade".
Ora aqui está a minha deixa para ir beber mais um - e para me despedir de si. Aproveito para lhe dizer isto: o seu PÚBLICO faz anos este domingo. E nós convidámos o Miguel Esteves Cardoso para ser o "director por um dia". Conte, por isso, com uma edição especial - com um caderno que nos desafia com uma pergunta: "O que fizemos para merecer isto?". Ficou curioso? Boa, era essa a ideia. Espero que goste.
Desejo-lhe um dia feliz e produtivo e um excelente fim-de-semana
Até já!

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