O aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974 foi assinalado na noite de 24 num concerto que teve lugar num Terreiro do Paço, muito povoado e que contou com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o Coro Sinfónico Lisboa Cantat, António Zambujo, Vitorino, Lura, André Gago e outros.
Foi com Lura que teve início o desfiar de canções que nasceram em contexto de ditadura, de conflitos, que serão sempre símbolo de intervenção e de protesto.
Ouvimos “O que faz falta”, “Liberdade” e “Lembra-me um sonho”. Aplausos e ao Terreiro do Paço cada vez chegava mais gente.
Inserido no âmbito de Lisboa-Capital Ibero-Americana de Cultura, o espectáculo teve como objectivo trazer à memória dos presentes canções de outras lutas como o Chile, a Argentina, o Brasil, Cuba, México, Espanha.
E Vitorino cantou “Cancion com Todos” e “Razon de Vivir” mas Silvia Perez Cruz trouxe uma das canções mais bonitas da América Latina, “Gracias à la Vida” numa homenagem a Violeta Parra.
E à memória surgiam imagens enevoadas de países em luta como o Brasil, o Chile, a Argentina, luta essa imortalizada nas canções que ouvíamos.
Vitorino foi brilhante na sua interpretação de “Maria Da Fonte” depois de ter cantado e bem “Ay Carmela”.
António Zambujo lembrou Chico Buarque e o Brasil da ditadura militar cantando “Calice”.
Os líricos, Mário Alves, tenor e Marina Pacheco, soprano também contribuíram para este magnífico concerto, com alguns temas entre eles “Hasta Siempre” e Cuba chegou ao Terreiro do Paço, “El Pueblo Unido” e o Chile disse “presente”.
Não podemos deixar de mencionar o coro Lisboa Cantat excelente a interpretar “Grandola com Vitorino tema que aliás cantou com todo o povo que enchia o Terreiro do Paço. Foi bonito de ver e ouvir.
Uma palavra para a Orquestra Metropolitana que temos ouvido em outros registos e neste caso brilhantemente dirigida por Cesário Costa que imprimiu um ritmo excelente, quase diabólico a toda a execução.
Não esquecemos Pedro Jóia, Alexandre Frazão e Norton Daiello presentes nesta festa comemorativa de mais um ano de Lisberdade.
Zita Ferreira Braga | Jornal Hardmusica
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