A partir de 2033 o Norte será a região portuguesa mais envelhecida, indica o novo boletim trimestral da CCDR-N, o 'Norte Estrutura'
Norte será a região mais envelhecida a partir de 2033 |
A Região Norte perdeu, com a crise financeira internacional, 236 mil empregos líquidos, o que significa que “dois em cada 15 empregos existentes em 2008 tinham desaparecido em 2013”. A partir deste ano assiste-se a uma inversão de ciclo, mas a criação de emprego “é insuficiente” para compensar as perdas sofridas nos anos anteriores. Entre 2013 e 2016, houve mais 50 mil pessoas empregadas na região. Os dados são do ‘Norte Estrutura’, o novo boletim trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
A evolução da população empregada na região varia de setor para setor. A indústria transformadora e o comércio são aqueles cujo nível de emprego tem exibido “uma evolução mais marcadamente cíclica”, destacando-se “quer nas perdas entre 2008 e 2013 quer nos ganhos no período subsequente”. Já o setor primário destaca-se pela “tendência negativa persistente” ao longo de todo o período, enquanto a construção e o alojamento e restauração só em 2016 começam a registar “ligeiros crescimentos” do emprego o que poderá resultar de um “possível efeito tardio da inversão de ciclo”, admite Eduardo Pereira, do Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais da CCDR-N e um dos autores do estudo.
O ‘Norte Estrutura’ indica, ainda, que a taxa de emprego na região aumentou, nos últimos três anos, a um ritmo médio de 1,6 pontos percentuais ao ano, abaixo da média nacional. “ Se nos próximos quatro anos fosse possível manter o mesmo ritmo médio de crescimento da taxa de emprego, então a Região do Norte chegaria a 2020 com uma taxa de 74,5%, muito próxima do objetivo definido a nível nacional”, destacou Eduardo Pereira na apresentação da primeira edição do boletim trimestral. Refira-se que 2002 foi o último ano em que a taxa de emprego foi superior à média nacional.
Mas se é verdade que o Norte tem menos mão de obra, também é certo que esta é cada vez mais qualificada: a população ativa com formação superior aumentou mais de 10 pontos percentuais e corresponde, agora, a 21,9% dos trabalhadores.
Além da análise ao mercado de trabalho nos últimos nove anos, o ‘Norte Estrutura’ apresenta as projeções demográficas para a região até 2080, com base nas estimativas provisórias do INE, que apresenta três cenários de evolução distintos. A tendência de declínio demográfico na região é uma constante e, considerando as projeções segundo o cenário central, a Região Norte terá, a partir de 2048, menos de três milhões de habitantes, altura em que a Área Metropolitana de Lisboa “passará a ser a região mais populosa do país”, destaca Eduardo Pereira.
Dentro de 50 anos, a população dos zero aos 14 anos estará reduzida para cerca de metade, bem como a população dos 15 aos 64 anos. O que significa que o Norte, que era no início dos anos 90 a região mais jovem do país, com 50 a 60 idosos por cada 100 jovens, passará, a partir de 2033 a ser a região nacional com maior índice de envelhecimento: em 2061 estima-se que existam 413 idosos por cada 100 jovens.
Fonte: Dinheiro Vivo
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