segunda-feira, 14 de agosto de 2017

PORTUGAL | Desemprego abaixo dos 9%

Pedro Silva Pereira | Jornal de Notícias | opinião

Segundo os dados que o INE divulgou esta semana, a taxa de desemprego no 2.º trimestre deste ano caiu para 8,8%, superando assim a fasquia dos 9%. Apesar do efeito favorável da sazonalidade, que tende a beneficiar os resultados do 2.º trimestre, o facto de o valor alcançado neste trimestre ser o mais baixo desde o início de 2009, há mais de 8 anos (!), mostra bem que estamos perante um fenómeno que está longe de ser apenas conjuntural. A conclusão é óbvia: a política económica do Governo socialista, com apoio das esquerdas, está a ter excelentes resultados no combate ao desemprego.

A evolução positiva no mercado de emprego é ainda mais digna de nota se prestarmos a devida atenção a três aspetos muito importantes da informação divulgada pelo INE.

Em primeiro lugar, importa referir que a redução da taxa de desemprego para 8,8% tem um muito especial significado porque foi obtida no contexto de um aumento da população ativa (1,2 p.p., em termos homólogos) e já não no quadro de uma redução da população ativa por força da emigração ou da desistência de procurar emprego, como aconteceu em largos períodos da governação da Direita.

Em segundo lugar, esta redução da taxa de desemprego traduz-se na redução objetiva do número de desempregados para 461 mil, bastante abaixo da fasquia psicológica dos 500 mil e, mais ainda, dos 618 mil desempregados que se registavam no 3.º trimestre de 2015, o último trimestre completo do Governo de Passos Coelho. O que isto quer dizer, é simples: desde que mudou o Governo, o número de desempregados reduziu-se em 157 mil. Todavia, se para evitar uma comparação potencialmente ilegítima entre trimestres diferentes preferirmos usar os dados mensais do desemprego, que são divulgados pelo INE já corrigidos da sazonalidade, a comparação - como aqui demonstrei num texto recente - é ainda mais favorável ao Governo socialista: entre novembro de 2015, o último mês de Passos Coelho, e junho de 2017, o último mês de que se conhecem dados (provisórios), o número de desempregados reduziu-se em 164 mil.

Em terceiro lugar, e mais importante, o INE informa que há agora 4,760 milhões de pessoas com emprego em Portugal, o que significa uma impressionante criação (líquida) de 158 mil empregos só no último ano (!) e de 185 mil desde que mudou o Governo - ou 172 mil se, mais uma vez, preferirmos utilizar os dados mensais, corrigidos da sazonalidade. Em qualquer dos casos, estamos perante uma evolução absolutamente notável num tão curto espaço de tempo.

Tal como os recentes números mensais do emprego já indiciavam, estes dados trimestrais mostram, de forma inequívoca, que a chave do sucesso no combate ao desemprego está na criação de emprego ou, dito de outro modo, está no crescimento da economia. A estimativa rápida sobre o crescimento do PIB no 2.º trimestre - que o INE vai divulgar já no próximo dia 14 de agosto - vai, certamente, confirmá-lo.

*Eurodeputado

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