Enquanto dormia...
... a Europa prepara-se hoje para mais dois momentos importantes depois das eleições alemãs terem colocado no Bundestag um partido de extrema direita com umalíder impetuosa: o presidente francês Emmanuel Macron vai apresentar as suas ideias para a reforma da Europa e da zona Euro (o resumo é do Politico); e a primeira-ministra britânica reúne-se com o presidente do Conselho Europeu para discutir osdireitos dos cidadão europeus no pós Brexit (há dados novos no The Guardian).
Em Angola, João Lourenço toma hoje posse como novo presidente, com Marcelo na assistência. Entre um banho de mar e uma jogatana de basquetebol, Marcelo fez diplomacia, dizendo até que a aproximação Portugal-Angola foi fomentada por José Eduardo dos Santos. Mas a visita está a ser alvo de críticas, incluindo do jornalista Rafael Marques.
Por cá, dos jornais da manhã, nota para os trabalhadores empart time do Estado que vão poder integrar o concurso de precários, segundo o Público. E para a subida exponencial de receitas do IMT (o imposto cresceu 24%, nas contas do DN), mais um sinal da explosão do mercado imobiliário (a ajudar o défice, mas já lá vou).
Duas notas da área da saúde: cientistas portugueses descobrem como travar falhas de memória nos doentes com Parkinson (estudo da Nature) e as vendas da pílula caíram quase 30% em cinco anos (números do JN).
Outra informação importante
Enquanto a Coreia do Norte e os EUA trocam acusações sobre quem declarou guerra a quem, há mais um trabalho de investigação do Nuno André Martins sobre o regime de Kim Jong-un. Depois de ler investigações judiciais, acusações em tribunal, documentos desclassificados pelos serviços de informação de países em quatro continentes, recolhido testemunhos de responsáveis governamentais, serviços de informação, autoridades policiais e financeiras em várias partes do mundo e ouvido académicos e outros especialistas, o título que escolheu resume tudo: O império do crime dos Corleone de Pyongyang. Porque tem sido o tráfico de droga, armas, notas falsas, tabaco e até viagra a financiar o nuclear norte-coreano, num submundo que inclui assassinos profissionais, um gangue de motards, uma facção do IRA e Macau, e obrigado o FBI a operações que vão de falsos casamentos a festas de divórcio de mafiosos.
A menos de uma semana das autárquicas, o PSD já se mexe para o pós eleições. Apesar de Passos Coelho ter garantido na SIC que a sua liderança não está em causa, Rui Rio vai avançar "em quaisquer circunstâncias" e já andou em Lisboa e pelo país a preparar terreno, escreve o Rui Pedro Antunes. OConselho Nacional do partido foi marcado para dia 3, 48 horas depois das autárquicas e pode precipitar a luta pela liderança.
- Na campanha na estrada, o CDS andou de mota em Lisboa, enquanto o PSD caminhou com Ferreira Leite; Rui Moreira disse não ter medo de não ter maioria no Porto; e oapoio social democrata a André Ventura em Loures ganhou mais uma voz.
- Na lista de promessas por cumprir dos autarcas, os leitores cobraram a construção de um crematório em Torres Vedras, que continua de facto por existir.
- A crónica do dia do Miguel Pinheiro inclui desta vezum cansado, um optimista e a Versailles; e o Podcast do Caça ao Voto entre o Miguel e o Vítor Matos põe Cristas a subir e Pizarro a descer.
Os impostos cresceram o dobro do previsto e ajudaram a reduzir o défice para metade do registado até agosto do ano passado. A boa notícia é que esta folga permite acomodar as despesas do Governo (que teimam em não baixar). A má é que nas contas até final do ano o que são agora grandes números podem tornar-se apenas normais.
Do Banco de Portugal veio a primeira reação de Carlos Costa sobre a proposta para o novo modelo de supervisão. E não foi pacífica. O governador deixou uma dura crítica dizendo que há tentações para reduzir a independência dos bancos centrais, o que gerou um enorme bate boca com o Ministério das Finanças. Centeno pediu que Carlos Costa se retratasse, o governador recusou-se, e a guerra adormecida está novamente na praça pública.
Demite-se; não se demite mas vai para eleições; não se demite e não há eleições. Os volte face durante a reunião da Liga de futebol multiplicaram-se, mas no final ficou (quase) tudo na mesma. Apenas há novos estatutos.
Por falar em futebol, hoje há segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O FC Porto joga no Mónaco -- treinado por Leonardo Jardim, e com Moutinho e Rony Lopes--, a equipa que bateu a última vez que foi campeão europeu há 13 anos.
No PSG, o sr. 222 milhões, Neymar de seu nome, está isolado e recusou-se a jogar no último jogo. O El País contaa guerra no balneário do clube francês.
Os nossos especiais
A tarifa regulada de eletricidade está de regresso para todos. Mas será que vale a pena? O David Almas foi fazer contas e diz que não, que nunca é a opção mais barata. E ajuda-o a descobrir o fornecedor mais económico.
Há um parque do tamanho de Monsanto a ser planeado para Queluz. António Lamas escreve sobre o plano para salvar Queluz do estado de degradação que atingiu ao cabo de dezenas de anos quase sem investimento.
A nossa opinião
- Rui Ramos escreve sobre André Ventura: "Não há no que André Ventura afirmou qualquer vestígio de “racismo” ou “xenofobia”. Mas este Verão, a nossa oligarquia política precisava de inventar um Trump de palha, desse por onde desse."
- Paulo Sande escreve sobre os resultados das eleições alemãs: "Muitos eleitores do AfD votaram por medo: da invasão dos refugiados; do crescimento das comunidades islâmicas; da diluição da identidade alemã; ou, simplesmente, medo de existir".
- João Marques de Almeida também escreve sobre a Alemanha: "Nos próximos quatro anos a tentação em Berlim será gerir a Europa de modo a impedir o aumento do eleitorado do AfD. Reformas ambiciosas ficarão para o futuro. O AfD exige menos Europa e menos despesas".
- José Milhazes escreve sobre um texto de Pacheco Pereira: "Nem queria acreditar que estava a ler Pacheco Pereira, pois mais parecia uma citação do Avante, do Sputnik ou da Russia Today, o primeiro órgão de informação do PCP e os restantes do regime de Putin".
Notícias surpreendentes
Começamos por tecnologia, com novidades mesmo surpreendentes. Foram apresentadas em Berlim e são 11 ideias absolutamente fora da caixa, diz o Edgar Caetano. Há desde implantes para fazer pagamentos a soluções para quem ressona (alô, é consigo?).
Há ainda mais quatro notas nesta área tecnológica: a Uber (cujo novo presidente pediu desculpas pelos erros do seu antecessor) vai entregar refeições em Lisboa. Um ataque cibernético na Deloitte ameaça revelar dados de milhares de clientes; e um novo vírus pede 'nudes' como resgate informático.
Um alerta para pôr no telemóvel: quinta-feira à noite há Fashion Week’s Night Out no Porto, com descontos e lojas abertas noite dentro. E uma das tendências a que deve estar atento é à dos produtos anti-poluição.
Termino com nostalgia. Primeiro com um teste para saber se seria um marido/mulher... nos anos 30 (cuidado que há coisas muito atuais). Depois para lembrar 24 profissões que (quase) já não existem, de acordadores a bater com varas de bambu à janela, a carpideiras para chorar em funerais.
Não tenho varas de bambu para lhe bater à janela, mas esta Newsletter serve também para o despertar para a informação do dia. Depois, basta passar Observador para se manter atualizado
Uma boa terça-feira, feliz e produtiva
AUTÁRQUICAS 2017
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